13 de outubro de 2024

Lorena, de 8 anos, se recupera de um transplante de coração

Brasil é referência mundial no sistema de transplantes de órgãos. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2024, foram realizados pouco mais de 7 mil transplantes no país. Lorena, de 8 anos, que recebeu um transplante de coração.
Reprodução/Jornal Nacional
Em São Paulo, Lorena, de oito anos, se recupera bem de um transplante de coração feito no Incor – um dos maiores centros de referência dos país nesse tipo de cirurgia.
Essas asas do lado esquerdo do peito vestem um coração que tá pronto pra voar.
“Gosto de brincar com meu pai e minha mãe, gosto de fazer exercício físico. Acho muito interessante fazer esse programa pro dia das crianças”, diz Lorena.
A Lorena voltou essa semana pra casa. Ela esperou cinco anos e dois meses por um transplante. A cirurgia foi no fim de julho.
A equipe do profissão repórter acompanha a menina desde 2021.
Ela estava com quatro anos e há dois estava na fila por um coração novo.
“Vai tirar o coração que tá aqui dentro, aí vai colocar um novo e vai colocar aqui. Um coração forte, animado”, diz Lorena.
Em maio deste ano, Lorena teve que ser internada em estado grave. E quando chegou a hora de ir pra cirurgia, foi ela quem animou os pais.
“Não é pra chorar no vídeo, bota a lágrima pra dentro. E aí eu desci lá pra baixo e fui fazer a minha cirurgia. Gente, eu tô muito bem, muito feliz”, diz.
Já no quarto, surpreendeu mais uma vez a família.
“Tenho muito orgulho da sua força, da sua garra. Eu aprendo muito com você e estou muito feliz”, diz a mãe à Lorena.
“Isso é ser uma mãe de verdade, muito obrigada, mamãe. Te amo muito”, responde Lorena.
E ainda fez questão de agradecer quem fez a doação.
“Quero mandar uma mensagem pra família doadora. Eu amei o coração novo que vocês me deram. Se você também quer salvar vidas de mais pessoas, você tem que dizer sim à doação de órgão. Beijo”, diz Lorena.
O Brasil é referência mundial no sistema de transplantes de órgãos. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2024, foram realizados pouco mais de sete mil doações no país.
A maioria deles, de rim, fígado e coração. Mas esse número ainda pode ser bem maior: só no primeiro semestre deste ano, cerca de 45% das famílias se negaram a doar os órgãos de parentes que morreram.
A presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) destaca a importância da doação num país que têm vários hospitais de referência nesse nesse tipo de cirurgia.
“O sistema nacional de transplantes do Brasil é um orgulho por ser uma referência mundial em sistema de transplantes públicos de órgãos e por salvar vidas. Existe a regionalização nos estados e esse sistema envolve desde a identificação de um potencial doador, a doação de órgãos e também as etapas relacionadas ao transplante de órgãos”, diz Luciana Haddad, presidente da ABTO.
Na casa de Lorena, é impossível não pensar na família que fez a doação.
“Que ela se sinta acolhida e que ela saiba que ela deu a vida pra minha filha. eu não tenho palavra pra expressar, só agradecer”, diz a mãe de Lorena.
Com uma vida inteira aberta ao novo, Lorena vai colorindo os dias assim: uma página de cada vez.
“Eu sempre falo que eu sou guerreira porque eu já enfrentei um monte de coisa, batalhas, lutas. Eu dou coragem às pessoas que têm medo”, diz Lorena.
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