Atração do Festival de Verão de Salvador neste domingo, 26 de janeiro, o artista baiano é o segundo compositor agraciado com a ‘Medalha UBC’. ♫ ANÁLISE
♪ No ano que o Brasil celebra os 40 anos da axé music, música afro-pop-baiana que desde 1985 tem no verão a estação mais quente, haja amor e prêmios para celebrar a contribuição de Luiz Caldas ao gênero na segunda metade da década de 1980.
Atração do Festival de Verão de Salvador neste domingo, 26 de janeiro, Caldas receberá em fevereiro um prêmio pelo conjunto da obra construída por esse profícuo artista baiano com mix azeitado de gêneros como ijexá, reggae, ritmos caribenhos e samba.
Aos 62 anos, nascido em 19 de janeiro de 1963 em Feira de Santana (BA), mas criado em Vitória da Conquista (BA), Luiz César Pereira Caldas é o segundo compositor agraciado com a Medalha UBC, honraria concedida pela União Brasileira de Compositores desde o ano passado (o poeta e letrista cearense Fausto Nilo foi o primeiro compositor a receber o prêmio em 2024).
Gringos cantam ‘Haja Amor’, sucesso de Luiz Caldas dos anos 80
Com pocket show de Saulo Fernandes que terá participação do homenageado, a cerimônia de entrega da Medalha UBC a Luiz Caldas está agendada para 5 de fevereiro, em Salvador (BA), com acesso restrito a convidados da associação.
Parceiro de Chocolate da Bahia no sucesso Haja amor, música lançada no mesmo ano de 1987 em que Caldas se associou a UBC, o compositor já tem 818 músicas cadastradas na instituição criada em 1942 para administrar e defender os direitos autorais dos compositores.
A obra autoral do artista, no entanto, é maior porque, desde 2013, Caldas vem lançando um álbum de músicas inéditas por mês, o que já gerou cerca de 1,5 mil novas músicas disponibilizadas gratuitamente no site do artista.
“Luiz Caldas é um dos precursores do axé e, no ano em que o gênero comemora 40 anos, reconhecer e valorizar a obra dele é importante e meritório. Caldas foi pioneiro em levar o axé para outros territórios, popularizando e chamando atenção para a alegria contagiante do ritmo que seduziu o Brasil”, lembra Marcelo Castello Branco, diretor executivo da UBC, em alusão ao sucesso feito em 1985 pelo álbum Magia, disco de Caldas que, com o estouro da música Fricote (parceria do artista com Paulinho Camafeu), detonou a explosão nacional da música que seria rotulada como axé music em 1987.
“Luiz é vida que soprou o axé para o mundo, corações e corpos. Celebrar o talento de Luiz é pedir ‘benção, painho’ ”, compara o compositor baiano Manno Góes, também diretor da UBC e parceiro de Tuca Fernandes em Milla (1995), um dos maiores hits da axé music.
Embora tenha aparecido para o Brasil em 1985, quando já morava em Salvador (BA), Luiz Caldas já está em cena desde os anos 1970, década em que integrou bandas amadoras em cidades do interior da Bahia ao longo da adolescência.
Após a explosão de Fricote, o cantor pavimentou a carreira com álbuns como Flor cigana – disco de 1986 que emplacou o sucesso Ajaiô, parceria de Caldas com Jorge Dragão – e com a gravação de músicas como Tieta, hit de 1989 que voltou a entrar em rotação em dezembro com a reprise da novela homônima pela TV Globo no fim de tarde. Tieta encerrou o ciclo áureo da trajetória do artista nos anos 1980.