22 de janeiro de 2025

Lula não é mais um ‘player’ nas negociações entre Ucrânia e Rússia, e também não será com Trump, diz Zelensky


Para presidente ucraniano, “o trem do Brasil já passou” na tentativa de participar da mediação de um acordo de paz no conflito. Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participa do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça
Yves Herman/Reuters
Presente em Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que “o trem do Brasil já passou” na tentativa de mediar nagociações de paz entre seu país e a Rússia. Ele também afirmou que Lula não é mais um ator relevante no conflito, e não o será com o retorno de Trump à Casa Branca.
Zelensky deu as declarações em resposta a uma pergunta feita por Bianca Rothier, da TV Globo.
“Hoje eu acho que o trem do Brasil, para ser sincero, passou. Falei com Lula, nos encontramos e pedi que ele fosse um parceiro para acabar com a guerra, etc. Agora ele não é mais um ‘player’. Ele também não será um ‘player’ para Trump”, disse o presidente ucraniano.
Não é a primeira vez que Zelensky critica a posição do presidente do Brasil no conflito.
Ao longo de 2023, Lula investiu, sem sucesso, em tentativas de atuar como mediador de um diálogo entre Ucrânia e Rússia para o fim da guerra.
O presidente declarou naquele ano que a Ucrânia também tinha responsabilidade pela guerra e que Estados Unidos e União Europeia contribuíam para continuidade do conflito armado.
Em maio de 2024, Zelensky afirmou a jornalistas latino-americanos, em Kiev, que o governo brasileiro prioriza a “aliança” com a Rússia, um país “agressor”. Tanto Brasil quanto Rússia fazem parte dos Brics.
Em setembro, no seu discurso durante a Assembleia Geral das Nacões Unidas, disse duvidar do “real interesse” de Brasil e China ao pressionarem para liderar o diálogo entre Kiev e Moscou os dois países.
Lula respondeu dizendo que o presidente da Ucrânia falou “o óbvio” em seu discurso, que é defender a própria soberania, uma “obrigação dele”. Ele afirmou também que não existia uma proposta de paz elaborada por Brasil e China, “mas uma tese que é importante começar a conversar”.
“Eu vou dizer mais, ele, se fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não militar. Isso depende da capacidade de sentar e conversar, ouvir o contrário e tentar chegar a um acordo para que o povo ucraniano tenha sossego na vida, é isso”., completou.
VEJA TAMBÉM
Zelensky afirma que guerra acaba mais rápido com Trump Na Casa Branca

Mais Notícias