4 de fevereiro de 2025

Lula promete conversar mais com o Congresso diante da realidade de um parlamento mais forte

Foco principal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é aprovar agenda econômica e um Orçamento de 2025 dentro das novas regras fiscais. Em sua promessa de “paz e amor” com o Congresso Nacional, o presidente Lula incluiu a intenção de negociar propostas com a base aliada antes de enviar os textos ao Legislativo. Ou seja, não enviar nada de surpresa e nem tentar impor uma “agenda do Executivo”.
O aceno é feito diante da realidade de um Parlamento muito mais forte – e que não está disposto a abrir mão desse poder conquistado nos últimos anos.
A equipe presidencial avalia que a melhor forma de se aproximar mais da nova cúpula do Congresso é se aliar a ela, sem disputar as intenções dos novos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Segundo assessores de Lula, o avanço do Legislativo sobre as emendas parlamentares modificou a forma de negociar com o Congresso, demandando mais conversa sobre o conteúdo das medidas e aliança com deputados e senadores.
Motta e Alcolumbre falam de harmonia entre poderes na retomada dos trabalhos do Legislativo
O governo até tentou reduzir o volume de emendas parlamentares, hoje na casa de R$ 50 bilhões, mas percebeu que não tem apoio nem entre seus aliados mais fiéis dentro do Legislativo.
Sem falar que mais da metade desses recursos são impositivos, o governo é obrigado a pagar para todos os partidos, sejam governistas ou da oposição.
Lula entende que os dois próximos anos vão ser mais desafiadores, já que no ano que vem haverá eleição presidencial.
“O ambiente vai estar sempre contaminado pela sucessão presidencial, e o governo vai ter de lidar com essa realidade, então não impor nada ao Congresso, mas se aliar a ele, numa espécie do semipresidencialismo que é defendido por ministros do Supremo”, diz um assessor de Lula.
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Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quer se aproximar ainda mais de Davi Alcolumbre e Hugo Motta de olho na aprovação da agenda econômica e do Orçamento de 2025 dentro das novas regras fiscais.
Haddad quer aprovar o projeto com mudanças na Previdência dos militares, a regulamentação dos supersalários e o projeto de regulamentação do comitê gestor do novo sistema tributário brasileiro.
Além disso, a votação do Orçamento da União, que deve ser votado em março, seguindo as novas regras fiscais, garantindo o cumprimento da meta fiscal de déficit zero neste ano.

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