Segundo a mãe do menino, de seis anos, professora já expulsou o filho dela da sala de aula. A educadora, por sua vez, já registrou mais de um BO contra a mulher. Desentendimento entre as duas teria começado com mensagem de WhatsApp em setembro deste ano
Arquivo pessoal e Reprodução
Uma professora de 58 anos foi agredida pela mãe de um ex-aluno em São Vicente, no litoral de São Paulo. Após a repercussão do vídeo, que mostra a briga (assista acima), a mãe da criança relatou ao g1 que a agressão foi uma “reação”. Segundo ela, as duas têm um histórico de desentendimentos motivados por uma mensagem de WhatApp. Antes da agressão, a educadora teria acusado a mãe do aluno de pichar o carro dela.
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O caso ocorreu perto da Escola Municipal de Educação Infantil Antônio Pacífico, localizada na rua Anadir Dias de Carvalho, no bairro Jóquei Clube. O g1 apurou que o ex-aluno da professora que aparece no vídeo é uma criança de seis anos, que estava em processo de transferência de escolas quando ocorreu a agressão.
Na gravação, é possível ver a professora de vestido rosa andando no meio da rua quando, de repente, a mãe do ex-aluno, que estava na calçada, vai em direção à docente.
As duas têm uma breve discussão antes de a mulher dar um soco no rosto da educadora. Em nota, a Secretaria de Educação (Seduc) Municipal informou que apura os fatos e que a professora está afastada das funções.
Professora
Segundo o boletim de ocorrência, a professora e informou à Polícia Militar que estava saindo da escola quando os outros professores e colegas viram uma confusão na via pública.
A mãe do ex-aluno teria aparecido dizendo ‘você fez eu transferir meu filho, eu vou acabar com a sua vida’. Em seguida, a educadora levou um soco na orelha esquerda.
A professora afirmou que já tem um boletim de ocorrência registrado contra a mulher, pois em 10 de setembro ela invadiu a escola e a agrediu na frente dos alunos. A mulher ainda teria sido agressiva porque enviou uma mensagem no WhatsApp à ela e o recado não foi respondido.
Versão da mãe
Segundo mãe de criança, menino sentou no chão da calçada após professora expulsá-lo da sala em 10 de setembro
Arquivo pessoal
Segundo a mãe do ex-aluno, ela enviou a mensagem no WhatsApp para a professora para ver se haveria aula no dia 6 de setembro, devido ao feriado da Independência, mas não obteve resposta. Quando levou o menino para a escola, quatro dias depois, a professora teria reclamado com ela.
“Ela falou: ‘bom dia, você foi a mãezinha que mandou mensagem para mim no privado?'”, recordou. Quando a mãe do menino disse que sim, a professora teria respondido que, ‘graças a Deus’, faltavam menos de 70 dias para o ano letivo acabar.
Como achou que a professora estava brincando, a mulher concordou, dizendo que acorda todos os dias para levar o menino à escola. A professora a teria chamado de ‘preguiçosa’ e mandou que procurasse a Secretaria de Educação quando tivesse dúvidas.
Na mesma hora, a mulher pegou um carro de aplicativo com o filho e foi até a Seduc. Lá, segundo ela, foi orientada a retornar para a escola. Na volta, a professora teria impedido o menino de entrar para assistir às aulas. “Quando eu cheguei lá, ela falou: ‘tira ele daqui agora'”, disse a mãe do menino.
Segundo a mulher, além do episódio de expulsão, o filho já fez reclamações sobre a professora falar muito alto na sala e não tirar dúvidas. Após o desentendimento, a educadora ainda teria esbarrado na mãe de propósito na unidade. Elas trocaram ofensas e, dias depois, o menino foi transferido de sala.
O dia da agressão
Professora foi agredida próximo de escola no bairro Jóquei Clube, em São Vicente (SP)
Redes sociais
A mãe disse que estava perto do colégio porque tem familiares que moram na região. Quando se dirigia a um mercado, viu um tumulto e se aproximou. Uma conhecida disse que alguém havia pichado dois carros de professores, incluindo a da educadora em questão.
“Quando ela me viu, ela começou a me acusar. Como se eu tivesse pichado os carros, em cima de que [porque] eu estava tendo problemas com ela dentro da escola. Isso não existe, porque estava cheio de moradores. E ela começou a gritar ‘chama a polícia, chama a polícia'”, afirmou a mãe.
A mulher disse ter seguido para a lateral do colégio na intenção de ir embora, mas foi seguida pela professora. A educadora, então, teria pegado nos braços da mulher. “Eu tive simplesmente uma reação, e quem gravou o vídeo já gravou na intenção de me prejudicar”, reclamou.
A mãe da criança explicou ao g1 que, após o suposto esbarrão da professora nela, ficou acordado que o menino seria transferido de escola. No dia em que o vídeo foi gravado, porém, ele ainda frequentava a escola no Jóquei Clube.
Secretaria de Educação
Professora de 58 anos foi agredida por mãe de ex-aluno em São Vicente (SP)
Redes sociais
Em nota, a Prefeitura de São Vicente informou que o Centro de Controle Operacional (CCO) recebeu a denúncia sobre a agressão. A administração municipal disse que uma equipe em patrulhamento foi deslocada à escola e que os agentes constataram novas cenas de violência, além de veículos vandalizados.
“A Secretaria de Educação de São Vicente (Seduc) está apurando todos os fatos e prestando todo apoio à professora agredida. Até o momento, o que se sabe é que a responsável é mãe de um ex-aluno da professora agredida”, disse a secretaria, em nota.
A prefeitura reforçou, em nota, que não concorda nem aceita atos de violência contra professores e demais servidores públicos. “Essa mesma mulher ofendeu e atacou outras pessoas”, esclareceu.
O g1 entrou em contato com a professora, mas ela não quis se manifestar. A equipe de reportagem também contatou a Prefeitura de São Vicente para mais informações sobre a transferência do menino e aguarda retorno.
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