17 de outubro de 2024

Mãe de modelo brasileira morta em Miami ainda tenta trazer corpo da filha ao Brasil e repatriar neto: ‘Estou desesperada’

Adriana Vieira, de 31 anos, foi achada sem vida em um porto da cidade no dia 22 de setembro após ir a uma festa em um iate. Família diz que laudo da polícia norte-americana apontou morte da brasileira por afogamento, mas pede por investigação. Adriana Vieira, de 31 anos, foi achada sem vida em um porto de Miami no dia 22 de setembro após ir a uma festa em um iate
Reprodução/Instagram
A mãe da modelo brasileira Adriana Vieira, que foi encontrada morta em 22 de setembro em um porto de Miami, nos Estados Unidos, afirmou ao g1 que corre contra o tempo para tentar trazer o corpo da filha ao Brasil e o neto de 6 anos para que seja repatriado.
Adriana tinha 31 anos e morava nos Estados Unidos desde 2019. Ela foi achada sem vida depois de participar de uma festa em um iate. Segundo o site norte-americano The U.S Sun, testemunhas disseram que a modelo saiu para nadar e não foi mais vista (veja mais abaixo sobre a investigação).
A mãe dela, Antonia Lourdes Leite do Nascimento, ressalta que tem até o dia 21 de outubro para que consiga fazer o translado, que é quando se dá um mês da morte de Adriana. Caso não consiga, o corpo, que está no Instituto Médico Legal, será enterrado nos EUA ou tem a opção de ser cremado. A família, então, criou uma vaquinha para arrecadar em torno de R$ 70 mil.
“Nao posso deixar o corpo lá, não posso abandonar ela, e não admito que ela seja cremada, mesmo sabendo que o custo é menor. Eu não tenho renda, estou desempregada e, por isso, não consigo pagar pelo translado. Não tenho dinheiro e estou desesperada porque o prazo para trazer o corpo se encerra logo. Eu preciso de ajuda e, por isso, criamos uma vaquinha. Só conseguimos arrecadar R$ 1,5 mil”, afirmou.
“Tenho pressão alta, já tive AVC há dois anos e passando mal desde que soube da morte da minha filha. Quero o corpo dela aqui para enterrarmos. Não pode ficar lá. Queremos nos despedir”, ressaltou.
Adriana Viera foi achada morta em Miami, EUA
Reprodução/Instagram
Ainda conforme Lourdes, o neto de 6 anos ainda continua em Miami com uma babá. Ela diz que procurou o Ministério das Relações Exteriores e a Defensoria Pública da União para auxiliar na repatriação.
“Ele também precisa vir logo ficar com a família. O pai dele, ex-marido da minha filha, também está atrás disso, da repatriação do meu neto”, afirmou.
Em nota, a Defensoria Pública da União (DPU) afirmou que acompanha o caso e que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) está em contato com a família. Disse também que a DPU intermedia a conversa e abriu procedimento interno para prestar assistência à família nos trâmites internacionais.
“A instituição tem empenhado esforços no sentido de auxiliar da melhor maneira possível, mas lembra que o governo brasileiro não costuma custear o traslado de corpo. Assim, a resolução mais rápida aos familiares seria procurar uma empresa privada para realizar o procedimento, que deve ser a prioridade no momento”, ressaltou.
Ainda conforme a defensoria, além do traslado, no mesmo procedimento, a DPU pede a repatriação do filho da brasileira.
Adriana Vieira foi encontrada morta em Miami, EUA
Reprodução/Instagram
O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Miami, afirmou que tem conhecimento do caso e tem prestado assistência consular à família da nacional brasileira. Contudo, ressaltou que o governo não faz o custeamento do translado.
“Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros prestam orientações gerais aos familiares, apoiam seus contatos com o governo local e cuidam da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais. O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017”, disse o órgão.
Investigação
Adriana Viera foi achada morta em Miami, EUA
Reprodução/Instagram
Lourdes contou que a filha se mudou em 2019 com o então marido dela para os Estados Unidos. O casal se separou, mas Adriana continuou no país com o filho, e trabalhava como modelo, cantora e dançarina. Nas redes sociais, ela acumulava mais de 500 mil seguidores.
Sua última publicação, feita em 20 de setembro, mostra a brasileira em uma festa ao lado do rapper Tyga. Na legenda, Adriana escreveu: “A música é cultura, é união, é universal. A vida é uma festa e somos muito abençoados”.
Adriana Vieira
Reprodução/Instagram
Segundo o jornal norte-americano Miami New Times, um relatório de autópsia do Departamento Médico Legal de Miami-Dade apontou que a causa da morte foi afogamento. O relatório indica também que nenhuma droga foi encontrada no sistema de Vieira.
“Me falaram isso que foi por afogamento, mas eu acho que não foi morte natural. Foi crime. Todo mundo sumiu. Cadê esse povo que estava com ela? Tem que ser investigado e quero Justiça. Não foi morte natural. Quero que as investigações vão até o fim. Ela era tão humilde, trabalhadora, não merecia isso”, ressaltou a mãe de Adriana, ao g1.
Adriana Vieira foi encontrada morta em Miami, EUA
Reprodução/Instagram

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