Suspeito foi preso um dia após o crime e, segundo a polícia, queria usar Fabiana Maia Veras como ‘ponte’ para retomar relacionamento com ex. Fabiana Maia Veras era psicóloga e foi morta no imóvel onde morava e realizava atendimentos em Assu
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A mãe da psicóloga Fabiana Maia Veras, assassinada a facadas em Assu, na região Oeste do Rio Grande do Norte, afirma que a filha não tinha relatado nenhum tipo de ameaça antes do crime.
Segundo Dalva Maia, Fabiana vivia uma rotina tranquila, entre trabalho e academia, e costumava passar os fins de semana na fazenda da família, distante menos de 30 km de Assu.
“Ela não recebeu nenhum tipo de ameaça. Ela teria me dito. Ela não estava com medo. Ela estava tranquila, a vida dela era muito tranquila”, disse.
Dalva concedeu entrevista à Inter TV Costa Branca nesta terça-feira (30), uma semana após o crime. Ela ainda afirmou que a filha, com quem tinha uma relação muito próxima, nunca havia comentado a respeito do servidor público João Batista Carvalho Neto, apontado como principal suspeito do assassinato.
“Eu estava em casa, na fazenda, e havia falado diversas vezes com ela, durante a tarde, até minutos antes do ocorrido. Meu filho ligou para me avisar, mas não disse tudo o que tinha acontecido, apenas que tinham encontrado ela na clínica, ferida, mas eu jamais imaginei que minha filha não estivesse mais aqui”, relatou.
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Dalva ainda declarou que ficou aliviada após a prisão do suspeito, ocorrida menos de 24 horas após o crime, e disse que deseja que a Justiça seja feita.
“Se ele não tivesse sido preso poderia fazer com qualquer outra pessoa novamente. Que outras mães não precisem sentir essa dor que estou sentindo, nem mesmo a mãe dele”, comentou.
A mãe de Fabiana ainda comentou que acredita que o autor do crime agiu por maldade e que a filha não merecia a morte que sofreu.
“Eu acredito que uma pessoa, para ter uma atitude dessa, acho que ele não conhece, nunca ouviu falar de Deus. É um homem cruel, sem coração, covarde. Porque minha filha não precisava. Ele machucou muito ela”, disse, emocionada.
Fabiana em salto de paraquedas em Fortaleza
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Dalva classificou a filha como uma pessoa e profissional “maravilhosa, caridosa, bondosa, humana”.
“Uma pessoa que se preocupava com todo mundo, inclusive muito comigo. O normal é a mãe proteger, é a mãe cuidar, se preocupar. Aqui o papel era muito invertido. Ela é que queria fazer esse papel de mãe comigo. Ela era essa pessoa muito caridosa e muito cuidadosa com todos”, relatou.
Investigação
Principal suspeito do assassinato da psicóloga Fabiana Fernandes Maia Veras, de 42 anos, o servidor da Justiça João Batista Carvalho Neto queria usar a amizade da profissional com a ex-namorada dele para tentar reatar o relacionamento, segundo a Polícia Civil.
A versão foi apresentada na última segunda-feira (29) pelo delegado de Assú, Valério Kürten, após ouvir o depoimento da ex-namorada do suspeito. A mulher é agente da Polícia Civil.
Fabiana foi encontrada morta com cortes de arma branca, dentro de casa, na cidade de Assú, no Oeste potiguar. No mesmo local, ela mantinha um consultório psicológico. No dia seguinte, o suspeito foi preso em Natal.
Segundo a polícia, o homem é o mesmo que aparece em imagens gravadas pelas câmeras de segurança na casa da vítima menos de duas horas antes do horário em que ela foi achada morta. Ele estava de máscara, óculos, luvas, encapuzado e com uma sacola nas mãos.
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Depoimento
De acordo com o delegado, no depoimento, a ex-namorada de João Batista afirmou que manteve o relacionamento com ele por aproximadamente dois anos, entre 2020 a 2022, e rompeu o namoro no início de 2022.
Ainda de acordo com o delegado, a ex-namorada afirmou que, no período em que manteve o relacionamento, o suspeito demonstrava ser uma pessoa frustrada por não ter conseguido passar em concursos para juiz, e achava que ganhava pouco dinheiro.
Além disso, o homem não teria o hábito de sair para lugares diferentes e mantinha um círculo de amizades restrito, mais voltado à namorada e aos amigos dela.
No depoimento, a mulher também afirmou à polícia que já está em outro relacionamento, porém João Batista teria tentado entrar em contato com ela, em janeiro deste ano, por meio de Fabiana, que era amiga dela.
O homem teria entrado em contato com Fabiana dizendo que queria mandar um buquê de flores para a ex-namorada.
“A polícia não acredita em um relacionamento amoroso entre João e Fabiana. E sim que ele queria uma ponte com Fabiana para tentar que ela aconselhasse a [nome da namorada suprimido] a reatar o relacionamento. Só que já faz dois anos, ela está em outro relacionamento. O motivo é banal, mas, até então, o que foi levantado é isso”, afirmou o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, o suspeito queria acessar o celular da vítima, para saber se ela aconselhava a ex-namorada a não reatar o relacionamento com ele.
Defesa quer aguardar laudos psiquiátricos
Procurado pelo g1, o advogado André Dantas, que representa João Batista, não quis dar entrevista, mas afirmou que vai aguardar a análise de médicos e a emissão laudos psiquiátricos para definir a linha de defesa do servidor público.
O advogado ainda afirmou que ele e a família do suspeito se compadecem “com a tragédia humana ocorrida no fato”.
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