20 de setembro de 2024

Mãe e padrasto são presos por suspeita de matar menino no RS; crime ocorreu em 2008 e foi descoberto 14 anos depois

Suposto desaparecimento de menino só foi denunciado em 2022. Vítima, que hoje teria 20 anos, só tinha certidão de nascimento, sem qualquer outro registro oficial. Suspeitos estão presos temporariamente. Mãe e padrasto presos por suspeita da morte do filho em Rio Grande
Polícia Civil/Divulgação
Um crime ocorrido há 16 anos mobilizou a Polícia Civil de Rio Grande, no Sul do RS. Uma mãe e o padrasto foram presos temporariamente, nesta terça-feira (2), pela suspeita da morte do filho dela, um menino de quatro anos, em 2008.
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O caso não havia sido relatado às autoridades até 2022, quando começaram as investigações de um suposto desaparecimento. O único documento existente no nome do menino, que hoje teria 20 anos, era a certidão de nascimento.
“Foi constatado que esse menino ‘não existia’, só poderia estar morto”, afirma a delegada Alexandra Sosa.
Os nomes dos suspeitos não foram informados pela Polícia Civil, para não atrapalhar as investigações.
A mulher, que hoje tem 44 anos, foi presa em Arroio dos Ratos. Já o padrasto, com 49 anos, foi preso em Bagé. O prazo de validade das prisões temporárias é de 30 dias.
O caso agora vai ser apurado pela Delegacia de Homicídios de Rio Grande. O corpo do menino ainda não foi encontrado.
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Descoberta do crime
Segundo a delegada Alexandra Sosa, o crime ocorreu em 2008, mas só chegou à polícia em 2022, através de uma denúncia.
“Esse fato ocorreu em 2008, mas só chegou à Polícia Civil como desaparecimento 14 anos após. Antes disso não tinha denúncia, nada. Conseguimos declarações através de uma denúncia”, diz a delegada.
A identidade de quem contou o que aconteceu às autoridades é mantida sob sigilo – “a pessoa que denunciou ainda está com medo”, segundo a delegada.
Com as informações, a Polícia Civil procurou por rastros da identidade do menino. Ele só tinha o registro em certidão de nascimento, sem carteira de identidade, CPF, título de eleitor ou alistamento militar.
“Com a certidão de nascimento do menino, nós começamos a diligenciar para ver se ele tinha votado, se tinha se alistado no Exército, se tinha passado pela rede de ensino pública de saúde”, conta a investigadora.
De acordo com Alexandra Sosa, a ausência de registros confirmou a informação repassada pela testemunha.
Mulher presa em Arroio dos Ratos por suspeita da morte do filho em 2008
Polícia Civil/Divulgação
Confissão
Após o crime, a mãe e o padrasto do menino teriam se mudado para Charqueadas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Eles tiveram dois filhos e depois se separaram. Ela foi morar em Arroio dos Ratos, na mesma região; ele se mudou para Bagé, na fronteira com o Uruguai.
A Polícia Civil ouviu os dois suspeitos, que não apontaram a motivação para o crime.
“Um acusou o outro da morte, mas eles admitiram que o menino está morto”, afirma Alexandra Sosa.
As investigações vão prosseguir com a Delegacia de Homicídios, que vai decidir se indicia ou não os suspeitos. O delegado responsável por essa apuração vai decidir se pede a prisão preventiva da mãe e do padrasto.
Padrasto preso em Bagé por suspeita de envolvimento na morte de enteado em 2008
Polícia Civil/Divulgação
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