10 de outubro de 2024

Mãe é suspeita de deixar bebê em estado de desnutrição severa; imagens são fortes

Mulher deu entrada em hospital dizendo que o filho estava com dificuldade para mamar por conta de uma gripe. Bebê continua internado sob responsabilidade do pai e da avó paterna. Bebê de pouco mais de 1 mês com desnutrição severa, em Águas Lindas de Goiás
Reprodução/Polícia Civil
Uma mulher é investigada por tentar matar o filho, de pouco mais de 1 mês, após deixá-lo chegar a um estado avançado de desnutrição, em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a Polícia Civil, ela foi presa quando o caso foi denunciado, em setembro, mas já está em liberdade. As imagens que mostram o estado do neném são fortes.
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O g1 entrou em contato com o advogado da mãe do bebê, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem. Entenda a justificativa da juíza para soltar a mulher abaixo.
O caso chegou ao conhecimento da polícia por volta do meio-dia, em 19 de setembro. No boletim de ocorrência, os policiais militares narram que foram chamados ao Hospital Municipal Bom Jesus depois que o bebê deu entrada com desnutrição severa. A equipe médica desconfiou que o bebê sofria maus tratos, dada a gravidade de seu estado de saúde.
No prontuário médico, ao qual o g1 teve acesso, os médicos escreveram que ele pesava 2,3 kg, estava com dificuldade de respirar, com queda capilar, ferimentos ao redor da boca, ausência de lágrimas e dificuldade para chorar. O peso ideal de um bebê de um mês pode variar entre 3,8 e 5,0 kg para meninos.
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Os policiais militares afirmam que, ao abordarem a mãe, ela agiu com desinteresse e confusão, mas explicou que procurou o hospital por recomendação de um agente de saúde, que visitou a casa dela. Segundo a mulher, o filho só se alimentava de leite materno, mas há cerca de um mês daquela data não estava conseguindo mamar direito por conta de uma gripe.
Por conta da gravidade do estado de saúde do bebê, que corria alto risco de vida, a mãe foi levada pelos policiais militares à delegacia e o Conselho Tutelar foi chamado.
À Polícia Civil, na quarta-feira (9), os conselheiros informaram que o bebê continua internado sob responsabilidade do pai e da avó paterna.
O g1 entrou em contato com o hospital, por ligação e por e-mail, para tentar mais detalhes sobre a saúde do bebê, mas não houve retorno até a última atualização da matéria.
Prisão
Bebê de pouco mais de 1 mês com desnutrição severa, em Águas Lindas de Goiás
Reprodução/Polícia Civil
Na delegacia, ainda no dia 19 de setembro, a mulher foi presa e autuada em flagrante por tentativa de homicídio na modalidade de dolo por omissão.
“Ela é a mãe da criança, tem um dever legal de cuidado e deixou que isso acontecesse, que chegasse a esse estado. Algo realmente horrível, que chocou até a nossa equipe”, disse a delegada do caso, Tamires Teixeira.
A delegada explicou que ainda faz buscas para entender de maneira mais aprofundada o que verdadeiramente aconteceu para que o bebê chegasse a um estado de saúde tão delicado.
Avó materna não é suspeita
A delegada também reforçou que a avó materna da criança, pessoa conhecida na cidade de Águas Lindas de Goiás, até onde se sabe, não tem nada a ver com a situação.
“É importante que a população saiba disso e que não tome nenhuma atitude agressiva contra ela, nem mesmo contra a mãe da criança, pois a situação já está sendo apurada pela delegacia e peço que a população deixe a cargo da polícia e do Poder Judiciário”, pediu a delegada.
Audiência de custódia
A mãe do bebê passou por audiência de custódia em 21 de setembro. Na ocasião, a juíza Adriana Caldas Santos entendeu que a mulher não precisava ficar presa de forma preventiva. Para a magistrada, o caso precisa ser melhor investigado.
“Em que pese a gravidade do delito, o dolo na conduta da autuada deverá ser melhor apurado em sede de instrução processual”, justificou.
Apesar de voltar à liberdade, a Justiça determinou que a mulher cumpra as seguintes medidas cautelares:
Comparecimento em juízo até o dia dez de cada mês;
Apresentar comprovante de endereço e não mudar do local informado sem prévia comunicação ao juízo;
Não se ausentar por mais de 15 dias de sua residência sem prévia comunicação ao juízo sobre o local onde poderá ser encontrada;
Não praticar nova infração penal dolosa
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