21 de setembro de 2024

Máfia dos cigarros: PM expulsa sargento e dois cabos suspeitos de participar de tentativa de assassinato de investigador

Segundo investigações da Polícia Civil, o inspetor foi alvo do bando por ter iniciado uma investigação contra quadrilhas que exploram a venda ilegal de cigarros no Rio. A Polícia Militar do Rio expulsou nesta quinta-feira (4) um sargento e dois cabos acusados de envolvimento na tentativa de assassinato do policial civil Bruno Rodrigo da Silva Rodrigues, em 2020. Segundo investigações da Polícia Civil, o inspetor foi alvo do bando por ter iniciado uma investigação contra quadrilhas que exploram a venda ilegal de cigarros no Rio.
A decisão foi publicada no Boletim Interno da PM desta sexta-feira (5). Foram expulsos o sargento Joamilton Tomaz Ribeiro e os cabos Sérgio Berbereia Basile e Mauro Simões de Castro.
“Torpe a motivação do crime, por vingança, praticado em represália à atuação de polícia investigativa na área da 39ª Delegacia de Polícia, localizada no bairro Pavuna, envolvendo condutas de policiais militares no local, em especial na Feira da referida localidade e sobre o comércio de cigarro”, diz um trecho da decisão de expulsão.
Este crime foi parte das histórias contadas em uma série de reportagens sobre como funciona a Máfia do Cigarro, que foram ao ar, esta semana, no RJ2.
Os três policiais militares já haviam sido pronunciados e vão a júri popular em processo que tramita na 3ª Vara Criminal do Rio.
Também vai a julgamento Euclydes José do Prado Filho. Ele era policial militar à época do crime, mas, segundo corporação, já foi expulso. Ainda há um quinto PM, Fagner Alves da Silva, que também responde ao processo. O procedimento em relação a ele no Conselho de Disciplina ainda está sendo analisado. Todos recorrem da decisão junto à Justiça.
Máfia do cigarro controla 45 das 92 cidades do RJ e se expande à base da bala
Campana em delegacia
A ousadia dos policiais militares expulsos foi ressaltada no processo judicial. De acordo com as investigações, o grupo monitorou o policial civil até na porta da delegacia da Pavuna, onde ele trabalhava.
Bruno foi atacado quando chegava em casa, na Vila Valqueire, zona oeste do Rio, depois de um dia de plantão. Ele tinha 32 anos na data. Os criminosos conseguiram atingi-lo com um tiro no joelho.
Sobre a expulsão, a defesa de Joamilton afirma que “discorda da decisão de expulsão, haja vista que Joamilton não praticou os fatos apontados. Ademais, o processo judicial que apura os mesmos fatos ainda não foi julgado sequer em primeira instância”.
O g1 tenta contato os advogados dos outros acusados.
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