Dados são do primeiro Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2024. Até o momento, a capital amazonense segue em médio risco para as doenças transmitidas pelo mosquito. aedes aegypti larva
Tânia Rego/Agência Brasil
Mais de 25 bairros de Manaus tem alta vulnerabilidade para doenças transmitidas por Aedes aegypti. Os dados são do primeiro Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2024, que analisou o período de 17 a 29 de junho deste ano.
Com a análise dos dados, foi possível identificar o nível de infestação no município, que pode ser baixo, médio (compreende valores entre 1,0 e 3,9) ou alto. O estudo apontou que a capital amazonense segue em médio risco para as doenças transmitidas pelo mosquito, mas possui áreas com alta incidência das doenças.
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O levantamento é feito duas vezes ao ano e é executado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Nesta primeira análise, 26.307 imóveis foram vistoriados nos 63 bairros de Manaus.
No momento da vistoria dos imóveis, os agentes de saúde identificam, eliminam e tratam criadouros do mosquito Aedes aegypti. A equipe também faz coleta de larvas que foram encaminhadas para análise em laboratório para identificação da espécie do mosquito.
Com os dados obtidos no LIRAa nas Zonas Norte, Sul, Leste e Oeste, agregado às informações sobre a ocorrência de casos notificados de zika, chikungunya e dengue, a Semsa elaborou um mapa de vulnerabilidade.
De acordo com o mapa, houve a identificação de 26 bairros classificados como de alta vulnerabilidade. São eles:
Zona Sul
Japiim;
Parque 10;
Cachoeirinha;
Adrianópolis;
Flores;
Petrópolis;
Aleixo.
Zona Oeste
Tarumã-Açú;
Tarumã;
Nova Esperança;
Redenção;
Alvorada;
São Jorge;
Compensa;
Santo Antônio;
São Raimundo.
Zona Norte
Cidade Nova;
Colônia Santo Antônio;
Colônia Terra Nova.
Zona Leste
Armando Mendes;
Coroado;
São José;
Zumbi;
Gilberto Mestrinho;
Tancredo Neves;
Jorge Teixeira.
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Ações de combate a dengue são realizadas pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM).
Divulgação/FVS-AM
Criadouros
O LIRAa também fez o levantamento do Índice Breteau (IB), que indica o percentual de depósitos encontrados com focos de mosquitos, e que apresentou um índice de 2,6%.
A análise dos dados mostrou que os depósitos que mais têm contribuído neste momento para a proliferação do mosquito Aedes aegypti em Manaus são os chamados Tipo B, que são os depósitos móveis, como vasos, frascos com água, pratos e bebedouros, que representaram 33,4% dos depósitos predominantes.
Em seguida, representando 27,2%, estão os depósitos Tipo A2, que são usados no armazenamento de água para consumo em nível de solo, como tambores, tonéis ou camburões, barris e tinas. Os recipientes Tipo D2, como lixo recipientes, garrafas, latas, ferro velho, apresentaram resultado de 26,6%.
Prevenção
Como os depósitos predominantes são encontrados principalmente no interior das residências, a Semsa informou que a participação efetiva da população é essencial nas ações de controle do mosquito, especialmente no que se refere à eliminação de criadouros.
A partir dos dados consolidados do LIRAa e do Mapa de Vulnerabilidade, o órgão disse ter feito um planejamento para executar estratégias de prevenção e controle do Aedes aegypti, estabelecendo prioridades de atuação em cada território.
As ações incluem a mobilização para utilizar o checklist “10 Minutos contra o Aedes”, que consiste na realização de vistoria semanal nos domicílios, feita pelos próprios moradores em um tempo médio de 10 minutos, para identificar e eliminar possíveis criadouros. Como o ciclo evolutivo do ovo ao mosquito adulto, leva de sete a dez dias, a vistoria semanal é suficiente para evitar a proliferação do mosquito.
Casos
Segundo o Ministério da Saúde, Manaus registrou, este ano, sete casos confirmados de chikungunya, 19 casos confirmados de zika vírus e 2.285 confirmados de dengue, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
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