16 de janeiro de 2025

Mais de 300 crianças são atendidas por acidentes domésticos em menos de 15 dias no Trauma de João Pessoa


Quedas lideram os casos de acidentes domésticos com crianças levadas para o hospital. Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa
Reprodução/TV Cabo Branco
Do dia 1º ao dia 12 de janeiro, pelo menos 300 crianças vítimas de acidentes domésticos foram atendidas no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. O destaque é para os acidentes relacionados a quedas, que somaram 166 casos.
Em 2024, o complexo pediátrico registrou 8.082 atendimentos por acidentes domésticos, onde os meses de mais entradas para atendimento foram janeiro e dezembro. De acordo com o Trauma, as quedas são as mais frequentes nos atendimentos de emergência infantil, com 4.247 casos atendidos por esse motivo. As outras causas foram: corpo estranho (1.716), pancadas (678), trauma (472), acidente de bicicleta (236), queimaduras (214), cortes (156), atropelamentos (147), queda de escada (68), agressão animal (67), choques (23), queda de árvore (15) e afogamento (18), entre outros.
Acidentes domésticos podem acontecer nos momentos de distração, e durante as férias escolares, quando os cuidadores precisam conciliar as tarefas, a atenção redobrada se torna fundamental.
“Os acidentes dentro de casa representam 50% dos casos de crianças de 0 a 12 anos. A prevenção é o único caminho possível. Prevenir significa criar ambientes seguros e manter vigilância constante”, explicou o diretor-geral da instituição, Laecio Bragante.
Segundo o coordenador da Pediatria do Hospital de Trauma, Roberto Leitão, qualquer queda que seja o dobro da altura da criança já é considerada uma grande altura. “Escadas, móveis como cama, sofá e mesa são potenciais causadores de acidentes com os pequenos. Mas o maior perigo em casa são as quedas de janelas . Não precisa ser uma janela de prédio; se a criança pula de uma janela, mesmo em uma casa de um andar, já há um risco grande de lesões graves. Elas devem estar teladas, e escadas sempre protegidas”, finalizou.
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Criança de 5 anos cai do 3º andar de prédio, na zona sul de João Pessoa
Em dezembro de 2024, uma menina de 7 anos foi um desses casos. No dia 18 de dezembro, a criança de 7 anos caiu do 3º andar de um prédio no bairro Valentina, em João Pessoa. Ela segue internada no Trauma e até a última atualização desta matéria estava em quadro clínico grave, mas estável.
Outra ocorrência bastante frequente dentro de casa é a que envolve ‘corpos estranhos’, que se referem a qualquer objeto ou substância ingeridos ou colocados pela criança nas narinas ou nos ouvidos. No Hospital de Trauma, esse tipo de ocorrência foi o terceiro mais frequente em 2024, ficando atrás apenas das quedas e dos acidentes de trânsito. Grãos, como castanhas, milho de pipoca, feijão cru e amendoim, oferecem um risco maior se aspirados, ou seja, se entrarem nas vias aéreas.
“A imaturidade da criança pode fazê-la se engasgar com mais facilidade, aumentando o risco da aspiração ao invés da ingestão. As vias aéreas são menores, o que significa que o corpo estranho tem um impacto maior, resultando em asfixia mais grave do que em crianças maiores”, pontuou Roberto Leitão.
Dicas para evitar acidentes com crianças em casa:
Cobrir tomadas com proteção adequada;
Proteger pilhas e baterias de objetos com fita para evitar que sejam engolidas;
Não deixar objetos pequenos, cortantes e perfurantes ao alcance de crianças;
Não deixar produtos químicos, medicamentos e inflamáveis ao alcance de crianças;
Nunca deixar crianças pequenas sozinhas no banho ou em qualquer recipiente com água (o afogamento pode ocorrer em segundos!);
Instalar grades de pelo menos 1,20 metro nas bordas das piscinas;
Ter supervisão exclusiva de adultos em ambientes de piscina (não dividir a atenção com celulares, livros, etc.);
Usar boias aquáticas específicas para o tamanho da criança quando os pequenos forem nadar.
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