2 de outubro de 2024

Major da PM diz que abordagem que resultou na morte de jovem em Orlândia obedeceu protocolo, mas tiro deve ser investigado

O comerciante João Victor Moura Rangon, de 27 anos, foi baleado na cabeça na madrugada desta quarta-feira (2). Policial responsável pelo disparo foi preso em flagrante. João Victor Moura Rangon foi morto com um tiro na cabeça durante abordagem policial em Orlândia, SP
Arquivo pessoal
O major da Polícia Militar Helder Antonio de Paula afirmou na tarde desta quarta-feira (2) que a abordagem da PM que resultou na morte do comerciante João Victor Moura Rangon, de 27 anos, foi dentro dos protocolos internos definidos pela corporação, mas destacou que a conduta do policial Artur Filgueiras Cintra, de 28 anos, deve ser investigada.
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Foi da arma dele que saiu o tiro que matou o jovem. O caso aconteceu nesta madrugada em Orlândia (SP). Cintra foi preso em flagrante e deve passar por audiência de custódia.
À EPTV, afiliada da TV Globo, o major disse que, apesar do desfecho da ocorrência, as ações tomadas pela PM estão dentro do esperado.
“No momento da abordagem do veículo, ela foi um sucesso. O veículo foi imobilizado na via e então haveria, naquele momento, a abordagem e vistoria daqueles ocupantes, se verificaria o motivo que determinou a não parada deles no momento que o policial determinou a parada lá atrás, baseada em um veículo que tinha insulfilm, que estava com alguma conduta que chamou a atenção do policial dentro de sua cultura e ciências policiais”.
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Câmeras de segurança de uma residência flagraram toda a ação e é possível notar o momento em que as viaturas fecham o cerco no carro de João Victor e os policiais se aproximam.
O irmão dele, Gabriel Henrique de Moura Rangon, de 24 anos, estava no banco do passageiro e chegou a ser agredido por PMs.
“Como foi visto nas imagens, temos o encontro das duas partes, as pessoas que estão dentro do carro, e os policiais estão atuando, tudo isso dentro de uma técnica policial. E aí, por motivos que ainda têm de ser esclarecidos, que as imagens não esgotam o assunto, no lado contrário que as imagens mostram, nós temos um policial interagindo com o motorista e nessa conexão, nessa verbalização, nessa ação policial, houve um disparo”, diz de Paula.
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Ainda segundo o major, é este ponto, do porquê do disparo, que ainda deve ser esclarecido. Isso porque o PM preso ainda não foi ouvido pela corregedoria da Polícia Militar.
“Ainda está obscura a razão desse disparo e seria precoce da nossa parte afirmarmos uma conduta ou outra como correta ou não. O que nós temos, falhamentos básicos que denotaram que ali nós deveríamos prender o policial em flagrante em virtude das circunstâncias, que dentro do inquérito policial agora serão apuradas com maior delonga. Respeitando o processo legal, ele está sendo ouvido na delegacia de São Joaquim da Barra e esclarecendo quais foram as circunstâncias do disparo. Aí, em um segundo momento, poderemos trazer a versão dele dos fatos”.
O g1 entrou em contato com a Corregedoria da PM, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que o caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial e resistência, na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de São Joaquim da Barra.
“A arma foi apreendida e exames foram solicitados ao Instituto de Criminalística. As diligências visando o esclarecimento dos fatos seguem em andamento”.
Motorista desrespeitou ordem de parada
Segundo boletim de ocorrência, João Victor conduzia um carro modelo Ford Focus e desrespeitou a ordem de parada, o que deu início a uma perseguição. O caso aconteceu por volta da 1h desta quarta-feira.
O registro diz que, durante a fuga, João Victor e o irmão passaram por Sales Oliveira (SP), Morro Agudo (SP) e São Joaquim da Barra (SP) antes de retornarem para Orlândia. Já na Avenida Quatro, na região central, os policiais conseguiram cercar o veículo, que parou.
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Reprodução/Câmera de segurança
Ainda segundo o boletim de ocorrência, a arma de um dos policiais disparou e atingiu a cabeça de João Victor. Ele foi socorrido, mas chegou morto ao hospital. O irmão sofreu escoriações no braço e no punho. Nada de ilícito foi encontrado com os homens e nem dentro do carro.
O caso foi registrado e será investigado como resistência e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial.
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