Uma das vítimas está dentro de um carro que caiu da ponte que liga o Maranhão ao Tocantins. Segundo a Marinha, seis pessoas ainda estão desaparecidas. Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
No domingo (29), equipes de resgate localizaram os corpos de mais duas vítimas do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre o Maranhão e o Tocantins. A informação é da Marinha e foi divulgada no fim da noite.
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Com isso, subiu para 11 o número de mortos, segundo a Marinha. Destes, nove corpos já foram resgatados e dois localizados pelas equipes de busca, mas ainda não haviam sido retirados do rio Tocantins até o fim da noite de domingo. Seis pessoas seguem desaparecidas.
Um dos corpos está dentro de um carro que caiu no rio Tocantins e foi localizado a cerca de 44 metros de profundidade. Mergulhadores tentaram tirar a vítima ainda durante o domingo, mas a chegada da noite e a falta de visibilidade atrapalharam as operações, que foram suspensas por volta das 20h10.
A outra vítima localizada está na cabine de um caminhão submerso nas águas do Tocantins. Segundo a Marinha, a equipe de resgate ainda planeja como será feita a remoção do corpo.
A Marinha pediu que população da região contribua com informações a respeito de qualquer situação que possa comprometer a salvaguarda da vida humana, ou mesmo sobre a localização de algum corpo. As informações podem ser enviadas por meio dos telefones:
Disque Emergências Marítimas e Fluviais – 185
Capitania dos Portos do Maranhão – 0800-098-8432 e (98) 2107- 0121
A ponte, na BR-226 que liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desabou na tarde do último domingo (22). Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento aconteceu porque o vão central da ponte cedeu. A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão.
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Outras vítimas localizadas
Um homem de 36 anos, Jairo Silva Rodrigues, foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito
No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues, de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas morava em Aguiarnópolis (TO)
No dia 24 de dezembro, o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos, foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu (PA)
Por volta das 9h do dia 24, também foi achado o corpo Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas;
Ainda no dia 24, por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza, de 45 anos, foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico.
No dia 25, foram localizados os corpos de Anisio Padilha Soares, de 43 anos, e de Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos;
Na manhã do dia 26, mergulhadores localizaram o corpo de Elisangela Santos das Chagas, 50 anos.
Rosimarina da Silva Carvalho, 48 anos, foi encontrada também na quinta (26).
Na manhã do dia 29, mergulhadores retiraram do rio Tocantins o corpo do vereador Ailson Gomes Carneiro (PSD), de 57 anos.
Tanques com substâncias químicas estão intactos
No dia do acidente, tanques de três caminhões que caíram no rio Tocantins, após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas. No entanto, os tanques estão intactos e o risco de vazamento e contaminação do meio ambiental é mínimo.
A informação foi confirmada na quinta-feira (26), pelo supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça.
“O pior cenário seria se a carga tivesse sido expelida durante a queda. Isso não aconteceu, os tanques estão intactos, a partir da visão do sonar da Marinha e, também, das equipes técnicas (da Sema), que identificaram isso”, afirmou o supervisor.
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Marinha do Brasil
Em entrevista à TV Mirante, Caco Graça informou que, durante a retirada do material contaminante, é possível que uma quantidade muito pequena de produtos químicos tenha contato com a água, mas não há possibilidade de causar sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente.
“Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não daria prejuízo à vida humana em função da diluição. Lógico que no local, no ambiente ali, no perímetro, você ia ter uma contaminação. E essa alteração de pH e outros tipos de ações ia provocar a mortandade da biota local. Por isso, que nós recomendamos que as pessoas não se aproximem do local, mesmo com embarcações. Então, na retirada, poderá haver (vazamento), mas o risco de contaminação e impacto ambiental ele é pequeno”, afirmou Caco Graça.
O supervisor de Emergência Ambiental explicou, ainda, que, aós encerrar o período de buscas pelas vítimas, será aplicado um plano específico para retirada do material contaminante.
“Muito provavelmente retirar o material pra depois retirar os caminhões, retirar os veículos. Esse é um processo complexo, que requer equipe técnica, que já está no local, são duas empresas. Toda essa articulação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, ela faz parte de um plano de atendimento a emergências. Então nós temos que tomar muito cuidado com todas essas ações que estão sendo desenvolvidas”.
Caco Graça destacou, ainda, que as pessoas evitem o contato com embalagens nas imediações do Rio Tocantins e que, caso identifiquem algum tipo de material ao longo do rio, principalmente das bombonas de vinte litros com herbicidas, comuniquem as empresas que estão no posto de comando ou um responsável pelo posto, para retirar esse material sem risco de contaminação a ninguém.
Retirada dos tanques
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Apesar do risco pequeno de vazamento, os tanques com ácido sulfúrico e pesticidas agrícolas que caíram no rio Tocantins poderão ficar submersos por 15 ou até 30 dias.
“É importante a gente manter o monitoramento e a cautela enquanto esse material estiver lá. Se ele [tanque] se romper ainda existe algum risco, que é pequeno, mas controlado. É preciso a gente atuar para eliminar totalmente o risco. (…) Se houver algum indício de vazamento, deve ser interrompido imediatamente o abastecimento de água”, afirmou Alan Vaz Lopes, superintendente Adjunto de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA).
Situação de emergência
A Prefeitura de Estreito decretou situação de emergência no município. Um decreto, assinado pelo prefeito Léo Cunha (PL), cita a necessidade de apoio técnico e financeiro dos governos federal e estadual, já que o município estaria com falta de recursos para atender várias demandas urgentes decorrentes da queda da ponte.
Além da localização e resgate dos corpos dos desaparecidos, o prefeito cita prejuízos às atividades agrícolas e pesqueiras, além do risco de contaminação do rio Tocantins devido aos tanques de ácido sulfúrico e de pesticidas que caíram na água, com a queda da ponte.
O desabamento
O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os estados de Maranhão e Tocantins. Segundo autoridades, oito veículos caíram no rio Tocantins, que passa sob a ponte.
A estrutura foi construída na década de 1960, tem 533 metros de extensão e liga as cidades de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, pela BR-226.
Ponte entre Maranhão e Tocantins desaba sobre rio
Ela integra o corredor rodoviário Belém-Brasília. As más condições da ponte vinham chamando a atenção de quem passava por lá. Um vereador de Aguiarnópolis (TO) filmava rachaduras na ponte no momento em que a estrutura começou a ceder. Assista abaixo:
Veja o antes e depois da ponte que desabou entre Maranhão e Tocantins; FOTOS
Vereador mostrava situação da ponte e flagrou momento da queda
Causa do desabamento
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão central da ponte cedeu.
A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com o órgão. A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar rotas alternativas.
“Os usuários devem acessar a estrada que vai de Darcinópolis/TO a Luzinópolis/TO, chegar na BR-230/TO e seguir até o km 101 (cidade de São Bento/TO). Em seguida pegar a direita, sentido Axixá/TO e Imperatriz/MA.Maranhão: Os usuários devem acessar a BR-226/MA em Estreito/MA até Porto Franco/MA. De Porto Franco/MA os usuários devem seguir pela BR-010/MA até Imperatriz/MA”, diz o DNIT, em nota.
Arte/g1