Diversas espécies estão ameaçadas de extinção devido à perda de habitat ou caça ilegal. Núcleo de Pesquisa e Conservação de Fauna Silvestre (Cecfau) funciona em Araçoiaba da Serra (SP). Existem 255 pererecas-pintadas-do-rio-pomba no Centro de Conservação de Fauna Silvestre de Araçoiaba da Serra (SP)
Divulgação
Instituição de Araçoiaba da Serra trabalha com reprodução de espécies ameaçadas de extinçãoVocê já ouviu falar em “maternidade de animais silvestres”? O trabalho, realizado pelo Núcleo de Pesquisa e Conservação de Fauna Silvestre (Cecfau) de Araçoiaba da Serra (SP), consiste na reprodução de espécies ameaçadas de extinção, como perereca-pintada-do-rio-pomba, arara-azul-de-lear, mico-leão-preto, sagui-da-serra escuro e, até mesmo, tamanduá-bandeira.
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No local, existem cerca de 255 pererecas-pintadas-do-rio-pomba. Dentro dos terrários desses animais, há canos que imitam os bambus, que são os abrigos naturais da espécie quando estão na natureza.
“A ideia é manter uma população em segurança sob cuidados humanos para que a gente consiga impedir a extinção dessa espécie. Então, nesse lugar, reproduzimos e mantemos a espécie”, explica Luisa Bartorin Beltrame, uma das médicas veterinárias da instituição.
No estado de São Paulo, o Cecfau participa de um projeto para conservação das pererecas-pintadas-do-rio-pomba fora do habitat natural. O propósito do projeto é criar a espécie para ficar sob cuidados humanos para, caso o animal seja extinto na natureza, eles sejam a esperança de reintrodução.
Canos dos terrários das pererecas imitam bambus
Fernando Bellon/TV TEM
A instituição também abriga 13 araras-azuis-de-lear, uma espécie que vive naturalmente na Caatinga, no norte da Bahia. No local, o trabalho de reprodução das aves começou em 2018, com um casal que está saudável e vive lá até os dias de hoje. Em sete anos, eles tiveram 19 filhotes.
As outras araras-azuis-de-lear foram resgatadas do tráfico de animais e precisam de um manejo mais cuidadoso. Até o momento, dez araras foram levadas para o treinamento de soltura da Bahia para serem libertos na natureza.
“Eles foram apreendidos em uma fazenda, estavam em uma gaiola. O problema é que, às vezes, esses animais têm comportamentos que a gente chama de estereotipados, comportamentos anormais para a espécie, que não têm relevância. Geralmente, eles desenvolvem isso em situações para compensação do estresse”, diz a veterinária.
‘Francês e Lindsay, casal de araras-azuis-de-lear
Fernando Bellon/TV TEM
Já os micos-leões-dourados ficam em ambientes higienizados e recebem uma alimentação balanceada. No local, existem 23 dessa espécie, sendo que o mais novo tem oito meses e o mais velho 16 anos.
Todos vieram de uma instituição que reproduz a espécie. Demi é uma fêmea que foi resgatada de um cativeiro. Ela veio sem a cauda e é bastante arisca, mas vive bem no local.
Mico-leão Demi, vítima de maus-tratos
Fernando Bellon/TV TEM
Além dos mico-leões-pretos, a instituição também preserva 15 saguis da serra escuro. Entre eles, há uma mãe de dois filhotes gêmeos.
“A gente descobre a gestação geralmente pelo mapeamento do peso, nós pesamos eles frequentemente e a gente vê um aumento que ficamos de olho. Daí ela começa a ficar com a barriguinha mais proeminente. Em algumas gestações, a gente faz acompanhamento com ultrassom”, conta Luisa.
“Visamos manter a população ameaçada de extinção, reproduzindo e mantendo essas espécies em segurança, para que, no futuro, eles sejam libertos caso o habitat natural deles permita”, continua.
Mamãe sagui carregando seus dois bebês
Fernando Bellon/TV TEM
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