4 de fevereiro de 2025

Matriarca e vizinha envenenada com café tinham um relacionamento amoroso, diz polícia


Maria Jocilene também comeu arroz envenenado no dia 1º de janeiro e foi internada, mas teve alta no dia seguinte. No dia 20 de janeiro, ela passo mal durante uma visita à Maria dos Aflitos e morreu no dia 24. Maria Jocilene da Silva
Reprodução
Maria dos Aflitos Silva, mãe e avó das cinco pessoas que morreram após comerem arroz envenenado no dia 1º de janeiro, em Parnaíba, no litoral do Piauí, confessou à polícia que matou Maria Jocilene da Silva para tentar livrar o marido das acusações de ter assassinado a família. Conforme a Polícia Civil, a matriarca e a vizinha possuíam um envolvimento amoroso.
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Segundo o delegado Abimael Silva, da Polícia Civil de Parnaíba, a relação entre Maria dos Aflitos e Maria Jocilene começou antes mesmo do relacionamento da matriarca com Francisco de Assis.
“A Maria Jocilene era ex-cunhada de uma filha da Maria dos Aflitos, e ela tinha um relacionamento amoroso com a Maria dos Aflitos anterior ao Francisco de Assis. Esse relacionamento era discreto, cada uma tinha sua família paralela, mas era de conhecimento de todos. Elas saíam juntas, a família da Maria dos Aflitos sabia, o Francisco de Assis sabia e algumas pessoas da família da Jocilene tinham essa suspeita, mas esse relacionamento não foi o pivô do caso”, iniciou o delegado.
Ainda conforme o delegado, Maria dos Aflitos e Francisco de Assis estavam juntos há cinco anos e demonstravam uma relação próxima e de parceria.
Carinho pela família
Maria Jocilene demonstrava carinho e preocupação com os filhos e netos de Maria dos Aflitos, segundo a Polícia Civil. O delegado destacou que a mulher usava o próprio dinheiro para alimentar e comprar medicamentos para os familiares de Maria dos Aflitos.
A vizinha Jocilene chegou a acompanhar os netos da sua companheira, segundo a polícia, no hospital após serem envenenados. Segundo a polícia, ela perdeu o emprego por isso. João Miguel da Silva, morreu em 28 de agosto, e Ulisses Gabriel da Silva, que morreu em 10 de novembro de 2024.
A morte da vizinha
Maria dos Aflitos Silva
TV Globo/Reprodução
Em seu depoimento, Maria dos Aflitos confessou ter assassinado Jocilene para tentar livrar Francisco de Assis das acusações de ter matado a família e livrá-lo da cadeia. Conforme a polícia, ela revelou que a envenenou acreditando que isso ajudaria a libertar o marido, assim como aconteceu com a primeira mulher presa, Lucélia Maria.
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“O que houve é que eu tava cega de amor pelo Assis, e pra ter ele de volta, poderia acontecer o mesmo caso. Gosto muito dele, ainda gosto”, disse a suspeita.
“O que ficou demonstrado durante as investigações é que os dois tinham um relacionamento muito próximo, de cumplicidade. O Francisco odiava os filhos da Maria dos Aflitos e isso ficou bem claro desde o primeiro momento. Ele os tratava com desprezo, restringia alimentos, deixava alguns da família sem comida e falava a todo momento para a Maria que queria que eles ficassem a sós. Na confissão dela, ela disse que amava o Francisco de Assis”, explicou Abimael.
Em 22 de janeiro, Maria Jocilene foi a casa da suspeita e passou mal. Para tentar despistar a polícia, Maria dos Aflitos afirmou, no momento da chegada dos agentes, que Jocilene teria sofrido um infarto. Conforme a polícia, o depoimento, registrado em áudio, reforça que a idosa tentou confundir as autoridades e encobrir mais um envenenamento dentro da própria casa.
Sobre a morte de Jocilene, Maria dos Aflitos contou que encontrou o veneno atrás do fogão e colocou todo o conteúdo no café que ela mesma serviu à vítima, pois havia pouca quantidade. Em seguida, ela descartou a embalagem no lixo, que foi recolhido pela coleta de lixo antes da chegada da perícia.
Jocilene, sem perceber, bebeu o café em uma taça e depois usou o mesmo recipiente para tomar água. Cerca de 30 minutos após ingerir o veneno começou a passar mal, ainda na residência.
“Ela mistura o veneno com café em uma taça de vidro e dá para Jocilene tomar. Só que o plano da Maria do Aflitos não era ela morrer na mesma casa dos crimes anteriores. Ela planejava que a Jocilene morresse fora de casa. Mas quando a vítima sai da casa para ir no mototáxi que ela sempre pegava, o mototáxi tinha outra corrida e aí disse ‘só posso daqui a 30min’. Então Jocilene disse a ele para pegá-la na casa da Maria. E foi por causa desse atraso que mais um envenenamento aconteceu na casa”, explicou o delegado Abimael Silva.
Maria Jocilene da Silva morreu dia 24 de janeiro, após dois dias internadas em estado grave.
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