28 de dezembro de 2024

Médica que levou bebê de hospital tentou oferecer pagamento para pegar recém-nascida ilegalmente na Bahia, diz polícia

Cláudia Soares Alves, de 42 anos, está presa e foi indiciada pelos crimes de falsidade ideológica e tráfico de pessoas. Segundo a polícia, ela também forjou uma gravidez e tentava conseguir uma adoção ilegal. Mulher suspeita de raptar bebê horas após o nascimento é presa, em Itumbiara, Goiás
Victoria Ellem/TV Anhanguera
A médica Cláudia Soares Alves, de 42 anos, que levou uma bebê de um hospital de Uberlândia para Itumbiara tentou oferecer pagamento para pegar crianças ilegalmente na Bahia, segundo a polícia. A Polícia Civil concluiu o caso e a indiciou pelos crimes de falsidade ideológica e tráfico de pessoas.
“Ela foi até o estado da Bahia, quatro dias antes de levar a criança de Uberlândia. Por lá, ela procurou insistentemente famílias vulneráveis, pessoas pobres, que teriam interesse de ceder um recém nascido, mediante remuneração”, disse o delegado Anderson Pelágio.
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Ao g1, a defesa de Cláudia disse que o processo está em segredo de justiça e que independentemente do teor do indiciamento ou até mesmo de eventual denuncia acredita que a questão será resolvida no incidente de insanidade da acusada que já está em andamento.
O crime aconteceu dia 24 de julho e Cláudia está presa preventivamente. Conforme a polícia, ela também forjou uma gravidez e tentava conseguir uma adoção ilegal.
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A investigação envolveu a Polícia Civil de Itumbiara e também a Polícia Civil de Uberlândia. Em uma coletiva, realizada nesta terça-feira (6), o delegado Anderson explicou detalhes da conclusão do caso.
Falsa gravidez
A Polícia Civil divulgou que Cláudia premeditou o crime há meses e que desde maio deste ano ela divulgava para parentes e amigos que estava grávida, e chegou até a comprar um enxoval de bebê.
O delegado contou ainda que ela conseguiu um documento que mostrava que estava grávida com um biomédico, de forma irregular, com base em um exame de gravidez de farmácia. A polícia concluiu que neste período Cláudia não estava grávida.
“O biomédico foi ouvido e disse que já era conhecido dela há anos. Ela ligou para ele, contou que estava grávida após fazer um teste e queria um laudo de exame de sangue como se ela estivesse ido ao laboratório. Daí, ele fez na confiança”, contou o delegado.
Fotos divulgadas pela Polícia Civil (PC) mostram alguns dos itens – Goiás
Divulgação/Polícia Civil
Crimes
A polícia concluiu que Cláudia entrou no hospital usando um nome falso e com o crachá da universidade onde ela era professora universitária. “Ela teria livre acesso só com base nesse crachá, mas mesmo assim ela usou essa fraude de se passar por pediatra e anunciou um nome que não é dela, era um nome fictício”, disse o delegado.
A investigação disse que antes de Cláudia levar a vítima dos pais, ela chegou a ir até alguns quartos do hospital, mas voltava ao perceber que não havia crianças meninas, que era o que ela desejava. “Ela conseguiu enganar os pais dizendo que iria ministrar o leite dela e a retirou do hospital. Depois disso, ela fugiu para Itumbiara, onde foi presa”, contou Anderson.
Anderson explicou que no início do caso, Cláudia foi autuada por sequestro porque a polícia não tinha certeza da finalidade. No caso dela, o delegado explicou que o sequestro foi uma ferramenta que ela utilizou para depois fazer a adoção ilegal, ou seja, foi uma etapa do do crime.
“Ela sequestrou essa criança, levou para Itumbiara, acolheu essa criança que já configura o crime de tráfico de pessoas, que exige que ela faça esse acolhimento. Além disso, ela utilizou de fraude para entrar no hospital e enganar os pais para levar a recém-nascida. Então, o tráfico de pessoas é um crime mais grave com uma finalidade específica, absorve o crime de sequestro tem restrição de liberdade”, disse.

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