14 de novembro de 2024

Médica suspeita de envolvimento na morte do marido em Aracaju não foi ao enterro dele, diz cunhada


Advogado criminalista e o filho dele foram baleados no dia 18 de outubro, na Zona Sul de Aracaju; o jovem sobreviveu. Viúva e outros seis suspeitos foram presos. Irmã de advogado assassinato em Aracaju pede Justiça e fala sobre viúva
Rosane Rodrigues, irmã do advogado José Lael de Souza Rodrigues Junior, de 42 anos, morto a tiros na Zona Sul de Aracaju, disse que a família estranhou que a viúva, a médica Danielle Barreto, não compareceu ao sepultamento. Ela foi presa quase um mês depois por um envolvimento do crime . De acordo com as investigações, a esposa pediu para o marido comprar açaí e passou a localização para os executores.
“Ela não participou do sepultamento. Chegou aos nossos ouvidos que ela havia ido ao cabeleireiro logo depois. (…) Alugou casa de praia, já soube agora que viajou. Então, o comportamento não foi um comportamento de uma viúva, como nós que estamos dilacerados”, disse Rosane Rodrigues.
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Ainda de acordo com a irmã da vítima, uma situação a surpreendeu ao ir a casa do irmão três dias após o crime para buscar roupas para o sobrinho que estava hospitalizado. “Ela mandou uma empresa limpar os sofás e as cadeiras (…). Eu me deparei com a empregada com malas, com todos os pertences do meu irmão para nos entregar. Porque ela iria doar”, contou.
Rosane disse ainda, que antes de casar com Lael, Daniele havia vivido um relacionamento conturbado, e que ele a havia ajudado a ter a guarda do filho dela. “Meu irmão que ajudou, que lutou pela guarda do filho dela, nós sempre a apoiamos”.
“Ele era uma pessoa maravilhosa e sequer passava pela cabeça dele que isso poderia acontecer e de dentro da própria casa, de morrer em uma emboscada no colo do filho”, lamentou.
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Reprodução/Redes Sociais
Seis suspeitos presos
Na manhã desta quarta-feira (13), a Polícia Civil repassou os detalhes sobre a investigação que resultou nas prisões de quatro homens suspeitos de serem os executores e três mulheres, suspeitas de terem planejado o crime, entre elas, a viúva, Danielle Barreto.
De acordo com as investigações, o advogado e o filho dele saíram na noite do crime, no dia 18 de outubro, para comprar açaí, a pedido de Danielle. Ela teria informado a localização deles aos executores.
O filho do advogado também foi baleado, mas sobreviveu.
Motivação
Segundo a polícia, o casal já tinha sinalizado várias vezes que queria se divorciar, mas que a separação não se consolidava por questões financeiras. Outro fator seria o ciúme do advogado sobre a amizade da esposa com uma amiga dela. Inicialmente, a polícia investigou se o crime poderia ter relação com os clientes do advogado, que pertencia ao crime organizado, mas a suspeita foi descartada.
No dia 17 de outubro, noite anterior ao crime, o advogado teria surpreendido a esposa no prédio onde ela tem uma clínica. “Ele tinha ciúmes da esposa com a amiga. Ao vê-la chegar no veículo utilizada por essa amiga, ele a surpreendeu e teve uma desavença entre eles”, disse a delegada Juliana Alcoforado.
Segundo pessoas próximas à família, o casal estava junto há pelo menos 10 anos e teve um filho. Nas redes sociais do advogado, ele exibia fotos deles em viagens, além de mensagens românticas para a esposa. O perfil da médica, que possui 145 mil seguidores, está fechado.
Encomenda do crime
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Imagens de câmeras de segurança mostram que, cerca de 1h30 antes da execução, a amiga e a secretária da médica, que também estão presas, foram vistas conversando com os homens, apontados como executores dentro do carro. Depois disso, elas foram deixadas no condomínio de uma delas.
Após sair de casa, o carro do advogado foi seguido por uma motocicleta e por um outro carro, que teria sido alugado pela amiga da viúva. O advogado foi atingido por três tiros e o filho, por um. Mesmo baleado, o jovem dirigiu o carro até um hospital particular, onde recebeu atendimento médico, mas o pai já estava morto.
Outras imagens de dias anteriores, mostram que a amiga da médica e a secretária estiveram algumas vezes no Bairro Santa Maria, em Aracaju. Um morador do bairro e outro homem ligado a ele, que está foragido, teriam executado o assassinato.
A médica passou por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira, e a Justiça decidiu pela manutenção da prisão.
O Conselho Regional de Medicina de Sergipe informou que não vai se pronunciar sobre o assunto, por se tratar de algo referente à vida privada. Já a Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe (OAB/SE) informou que está acompanhando de perto as investigações.

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