25 de dezembro de 2024

Médico acusado de atacar homem com arma de choque alega ter se defendido após levar soco em pronto-socorro


Caso aconteceu no Pronto-Socorro Central de São Vicente (SP). Prefeitura afirma que médico foi afastado da unidade de saúde. Caso aconteceu no PS Central de São Vicente (SP)
Arquivo Pessoal e Alexander Ferraz/A Tribuna Jornal
O Sindicato dos Médicos de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão e Praia Grande (Sindimed), divulgou uma nota com o posicionamento de um médico acusado de atacar um homem com uma arma de choque elétrico em um pronto-socorro na região. No texto, o profissional alega ter se defendido de um soco.
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O caso aconteceu na última sexta-feira (25), no Pronto-Socorro Central de São Vicente (SP), localizado na Avenida Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, na Vila Margarida. Em depoimento à polícia, a suposta vítima disse que foi atacada pelo médico após questionar sobre o lugar do filho na fila de atendimento. Segundo a prefeitura, o profissional foi afastado da unidade de saúde.
De acordo com o (Sindimed), o médico apresentou uma versão diferente. Ele disse ter sido “intimidado” e “agredido” pelo acompanhante da criança, usando a arma de choque para se defender.
“O profissional de saúde (após levar um soco) revidou, atingindo o homem com um ‘teaser’ [taser, arma de choque]. Porém, não recebeu nenhuma ajuda da equipe de enfermagem ou superiores, que nem mesmo acionaram a Guarda Municipal ou a Polícia Militar”, afirmou o Sindimed.
Por meio de nota, o Sindimed afirmou que o médico teria tentado explicar ao pai do paciente que o problema deveria ser resolvido com a equipe de enfermagem, procurando “evitar conflito” com o homem.
“Em tempo, vale lembrar que a unidade de Pronto Atendimento Pediátrica Central do Município de São Vicente não possui um serviço de triagem de pacientes baseado na escala de gravidade de Manchester para atender pacientes menores de 12 anos, o que é inadequado, irregular e potencialmente danoso para a saúde das crianças”, acrescentou o Sindimed.
Versão do BO
O caso começou após o autônomo notar que uma pessoa foi atendida antes do filho. O homem disse à polícia que foi até o médico e perguntou sobre a colocação da criança na fila. O profissional afirmou não ter acesso à informação, de acordo com o registro policial.
Após um tempo, conforme registrado no BO, o autônomo viu o médico sair da sala e perguntou sobre quem tinha a informação sobre a fila, sendo ignorado. O homem seguiu o profissional da saúde e repetiu a pergunta, quando o médico disse que “não devia satisfação” a ele.
O médico entrou na sala e o autônomo colocou o pé na porta para impedi-lo de fechar. Neste momento, de acordo com o BO, o profissional pegou a arma de choque. O homem tentou sair do local, mas foi puxado pela camiseta e atacado com o aparelho.
A vítima ainda teria levado um segundo choque antes de se soltar e sair do local. Ainda de acordo com o BO, o médico também estava com spray de pimenta, mas não o aplicou porque outros pacientes e acompanhantes começaram a gritar.
Prefeitura e SSP-SP
Por meio de nota, a Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), afirmou que o médico poderá prestar esclarecimentos. A pasta disse que ele não concedeu a oportunidade de ser acolhido, pois não foi mais encontrado no local após o desentendimento.
“Após tomar ciência do ocorrido, prontamente o GCM em plantão no Pronto-Socorro Central passou a intermediar o caso, acionando apoio externo da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar (PM). A ocorrência foi encaminhada à Delegacia e foi feito um boletim de ocorrência”, afirmou.
A pasta disse que repudia “todo e qualquer ato de violência”, seguindo à disposição das autoridades para contribuir com a apuração dos fatos.
Com relação ao procedimento de triagem para crianças, a Sesau informou que a “cartilha de humanização e classificação de risco do Ministério da Saúde não faz qualquer menção ao mesmo, portanto, baseando-se nas determinações do Ministério da Saúde, não é obrigatória a adesão ao protocolo”.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) afirmou que o caso foi registrado como lesão corporal no 2° Distrito Policial da cidade, e que a vítima – o pai do paciente – foi orientada sobre o prazo de seis meses para formalizar a representação criminal.
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