5 de janeiro de 2025

Médico do Paraná pede maconha para paciente, o agride, sobe em carro e acaba preso, diz polícia


Segundo a PM, Laurenito Neves Pereira Júnior estava ‘com estado mental alterado’, usava tornozeleira eletrônica, e ainda mordeu e agrediu policiais. g1 aguarda resposta da defesa dele. Caso aconteceu em Inácio Martins (PR)
Jornalista Kleber Fernandes- Portal Comunique
Um médico foi preso em flagrante após pedir maconha, agredir e subir no carro de um paciente do pronto atendimento de Inácio Martins, na região central do Paraná, segundo a Polícia Militar (PM).
O g1 apurou que o médico é Laurenito Neves Pereira Junior, de 29 anos. A defesa dele foi procurada, mas informou que não se manifestaria.
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De acordo com a PM, o médico resistiu à prisão e, durante a abordagem policial, chegou a proferir ofensas racistas e agredir os agentes com chutes, socos e mordidas.
O caso aconteceu na tarde de domingo (1), quando o paciente procurou atendimento médico acompanhado pela mãe.
Segundo o delegado Rafael Rybandt, responsável pelo caso, a mulher também foi ofendida e ficou ferida após impedir que ele entrasse no carro. Veja detalhes mais abaixo.
Rybandt também afirmou que o médico estava usando tornozeleira eletrônica, devido a uma autuação em flagrante feita em janeiro de 2024 por crimes como desacato e desobediência.
O delegado disse ainda que o profissional possui histórico de desentendimento com colegas de trabalho e pacientes.
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Nesta ocorrência de domingo (1), o delegado afirmou que o médico foi atuado em flagrante pelos crimes de:
lesão corporal leve dolosa (contra a mãe do paciente);
lesão corporal leve dolosa majorada, por ter sido praticada contra agente de segurança pública;
injúria racial (contra um policial);
injúria simples (contra o paciente e a mãe dele);
dano simples (devido aos estragos no capô do carro do paciente);
ameaça (contra um policial);
desacato;
resistência.
Segundo Rafael Rybandt, quando chegou na delegacia o médico afirmou que possui transtornos psiquiátricos como bipolaridade e outros relativos ao uso excessivo de álcool. Ele também afirmou que estava há um tempo sem tomar as medicações necessárias para os tratamentos e que não se lembrava da ocorrência.
A Justiça converteu a prisão dele de flagrante para preventiva, após pedido da Polícia Civil.
O delegado também disse que solicitou a decretação de que o homem seja impedido de atuar como médico na rede pública de qualquer cidade do país, e aguarda a decisão judicial.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Paraná, informou que “está acompanhando o caso e irá instaurar procedimento investigativo para apurar o ocorrido e tomar as providências cabíveis. Conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional, o procedimento tramita em sigilo processual”.
Entenda o caso
Caso aconteceu em Inácio Martins (PR)
Jornalista Kleber Fernandes- Portal Comunique
Segundo a PM, o paciente relatou que estava com a mãe em uma consulta com o médico, quando o profissional começou a agir de forma grosseira e o questionou se tinha maconha para oferecer.
Após a recusa, ele contou que o médico deu cutucões agressivos nele, e na sequência ele e a mãe saíram do consultório.
“Relatou que o médico estava sem condições de atendê-lo, e quando saiu do consultório o médico foi atrás, agarrou o mesmo pelo braço rasgando a camiseta do paciente, e desferiu a seguinte frase: ‘Vamos conversar de homem para homem, seu maconheiro’. Relatou, ainda, que ao chamar sua mãe para entrar no carro, o médico a ofendeu, e nesse momento o médico subiu em cima do seu carro”, complementa a corporação.
O delegado Rafael Rybandt também afirmou que a mulher tentou impedir que o médico entrasse no carro, e neste momento caiu no chão e machucou o braço e a perna.
De acordo com o relato do paciente à PM, ele dirigiu por alguns metros com o profissional em cima do capô até a prefeitura municipal, que fica a cerca de 100 metros do pronto atendimento.
A Polícia Militar afirmou que chegou ao local e viu o médico “com estado mental alterado” em meio a uma aglomeração de pessoas e, na tentativa de abordagem, ele começou a proferir ofensas e ameaças aos policiais.
Segundo a PM, o médico chamou um profissional que é natural do estado da Bahia de “índio inútil” e “cotista”, e disse ainda frases como: “você não é nada além de um substituto”, “vou enfiar uma flecha na tua cara”, entre outras ofensas e ameaças.
Ainda conforme a PM, ao tentar colocá-lo na viatura os policiais foram agredidos com socos e chutes.
“No momento da tentativa de algemamento do autor, este acabou desferindo duas mordidas, causando lesão no braço esquerdo de um dos PMs, e também devido aos socos e chutes causou lesão no joelho esquerdo e ombro esquerdo e também lesões na cabeça [dos policiais]”, complementou a corporação.
O que dizem os responsáveis pelo pronto atendimento
Em nota assinada pelo prefeito Edemétrio Benato Junior, a prefeitura municipal de Inácio Martins disse que está tomando “as devidas providências”.
“O serviço médico no pronto atendimento é prestado pela empresa terceirizada Norte Sul Serviços de Saúde Ltda. Diante dos fatos, solicitamos imediatamente a substituição do profissional envolvido para que a situação seja devidamente esclarecida e resolvida. Agradecemos pela atenção e reforçamos nosso compromisso com a qualidade e a transparência na prestação dos serviços de saúde no nosso município”, afirma o texto.
O g1 entrou em contato com a Norte Sul e aguarda resposta.
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