13 de fevereiro de 2025

‘Medidas unilaterais desse tipo são contraproducentes’, diz Haddad sobre tarifas de Trump ao aço e ao alumínio

Estratégia do governo brasileiro é observar as reações de outros países afetados, como México, Canadá e China, antes de definir possíveis medidas de reciprocidade. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta terça-feira (11) a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. Segundo Haddad, ações desse tipo prejudicam a dinâmica do comércio internacional e podem gerar impactos negativos tanto para os EUA quanto para seus parceiros comerciais.
“Medidas unilaterais desse tipo são contraproducentes”, afirmou o ministro, ressaltando que o Brasil acompanhará atentamente os desdobramentos da decisão e buscará diálogo para minimizar os efeitos da taxação sobre a economia brasileira.
A estratégia do governo brasileiro é observar as reações de outros países afetados, como México, Canadá e China, antes de definir possíveis medidas de reciprocidade. O governo descarta, por ora, qualquer ação que seja vista como retaliação direta aos EUA, mas avalia formas de proteger a indústria nacional.
Atualmente, cerca de 25% do aço utilizado pelos EUA é importado, sendo o Brasil um dos principais fornecedores. Dados do Departamento de Comércio americano apontam que, em 2024, o Brasil foi o segundo maior exportador de aço para o mercado norte-americano, ficando atrás apenas do Canadá.
A decisão de Trump, anunciada na segunda-feira (10), pode impactar significativamente a siderurgia brasileira, uma vez que os EUA absorveram 18% de todas as exportações nacionais de ferro e aço no ano passado.
Alckmin reforça cautela e diálogo
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também defendeu prudência na resposta brasileira à taxação. Ele destacou que, durante o primeiro mandato de Trump, um cenário semelhante foi resolvido com a definição de cotas para evitar a aplicação das tarifas.
“É uma relação equilibrada, é um ganha-ganha. Eles até têm um pequeno superávit sobre o Brasil. Vamos aguardar essa questão da taxação. Da outra vez, foram estabelecidas cotas, então vamos aguardar. Nossa disposição é sempre a de colaboração e parceria”, disse Alckmin.
O governo brasileiro já havia adotado tom semelhante na segunda-feira, quando Haddad afirmou que o país vai esperar medidas mais concretas antes de tomar qualquer decisão. A intenção é buscar alternativas por meio do diálogo e evitar medidas precipitadas que possam comprometer as relações comerciais entre os dois países.
Impacto no comércio internacional
A nova taxação de Trump faz parte de sua promessa de campanha para fortalecer a indústria norte-americana. A medida pode gerar impactos não apenas para o Brasil, mas para diversos parceiros comerciais dos EUA, incluindo China, México e Canadá.
Ainda que essa não seja a primeira vez que Trump tente impor barreiras comerciais a produtos siderúrgicos estrangeiros, especialistas alertam para possíveis consequências negativas. Durante seu primeiro mandato, o republicano também implementou tarifas sobre aço e alumínio, mas muitas das restrições foram posteriormente revertidas.
O governo brasileiro seguirá acompanhando a evolução do cenário internacional e, segundo fontes do Ministério da Fazenda, a prioridade é garantir que eventuais negociações protejam a competitividade da indústria nacional.

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