22 de setembro de 2024

Menina de seis anos coloca aparelho sonoro e escuta pela primeira vez; VEJA A REAÇÃO

Pai colocou o aparelho de amplificação sonoro individual (AASI) na filha. Imagens foram feitas em uma unidade de saúde de Pariquera-Açu, no interior de São Paulo. Vídeo mostra momento em que menina escutou pela primeira vez em Pariquera-Açu (SP)
Sorriso no rosto e empolgação nas palmas. Foi assim que Emanuelly Cristina Vieira Mendes reagiu ao escutar pela primeira vez aos seis anos de idade. O vídeo, obtido pelo g1, mostra o momento em que o pai coloca um aparelho de amplificação sonoro individual (AASI) na filha, que foi diagnosticada com perda profunda de audição dos dois ouvidos — um grau antes da perda total (assista acima).
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A menina é moradora de Juquiá, no interior de São Paulo, e não passou pela triagem auditiva, conhecida como teste da orelhinha, quando nasceu. Este exame poderia ter detectado precocemente a perda de audição. Com o passar dos anos, no entanto, a família começou a perceber que Emanuelly não interagia.
“Sempre estive com ela nos momentos mais difíceis. Você falar com a sua filha e a filha não te responder. É triste”, afirmou o pai Ismael Mendes, de 30 anos, que trabalha como autônomo.
Esta mesma falta de interação foi identificada pela professora Raissa de Oliveira Souza, que encaminhou a aluna para o serviço de saúde. Prestes a completar seis anos, Emanuelly entrou no programa de reabilitação auditiva ‘Ouvir’, do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Pariquera-Açu (SP), que atende pacientes de 15 cidades do Vale do Ribeira.
Imagens mostram momento que menina, de seis anos, escutou pela primeira vez em Pariquera-Açu (SP)
Secretaria do Estado de Saúde do Estado de São Paulo/Divulgação
Tratamento
A supervisora multiprofissional do AME, Adriana Fernandes, contou ao g1 que Emanuelly passou por uma consulta com um otorrinolaringologista, um médico especializado em nariz, garganta e ouvidos, que identificou a perda profunda de audição da menina.
Ela também recebeu atendimento de uma psicóloga, assistente social e da fonoaudióloga Heloísa Cantuária, que apareceu no vídeo segurando Emanuelly no colo. A profissional explicou que a menina escutava apenas sons fortes, como um caminhão passando ou uma porta batendo.
Segundo Heloísa, a causa do diagnóstico ainda não foi identificada, mas o uso do aparelho auditivo foi o tratamento mais indicado para a paciente. “Ela quis o aparelho pink […] e ver a reação dela, tão feliz e contente em poder estar experienciando sons pela primeira vez foi muito gratificante”, afirmou.
Menina, de seis anos, recebeu aparelho sonoro e escutou pela primeira vez em Pariquera-Açu (SP)
Secretaria do Estado de Saúde do Estado de São Paulo/Divulgação
Primeiros sons
No vídeo, é possível ver a fonoaudióloga ensinando o pai a colocar o aparelho auditivo na menina. Ao escutar os primeiros sons, Emanuelly sorri, bate palmas e acena para as pessoas que estavam no local.
Ao g1, o pai contou que está feliz em saber que Emanuelly está conseguindo ouvir a família e os colegas da escola.
“Fiquei emocionado em ver a minha filha escutar pela primeira vez […]. Não foi só eu que chorei, foi o hospital inteiro. Ela é uma menina especial”, disse Ismael.
A supervisora do AME informou que a mãe, irmão, tia e professora da Emanuelly também participaram da consulta. “A gente conseguiu trazer […] a rede de apoio dela, que são as pessoas que vão auxiliar a Manu no dia a dia”, explicou.
Há 20 dias em adaptação com o aparelho, as mudanças na comunicação de Emanuelly já são perceptíveis. A fonoaudióloga explicou que a menina está interagindo e emitindo mais sons de fala.
Ela continuará o tratamento com terapias semanais. De acordo com Heloísa, o objetivo é ensinar a paciente a identificar os sons e estimular o desenvolvimento da linguagem oral.
Pai está emocionado em ver a filha escutando com auxílio de um aparelho auditivo
Arquivo pessoal e AME Pariquera-Açu
Perda de audição
O otorrinolaringologista Hugo Rodrigues Anteghini explicou à equipe de reportagem que a perda auditiva neonatal é uma condição relativamente comum. “[A] prevalência é de um a três casos a cada mil recém-nascidos”, disse o médico.
De acordo com o especialista, a condição pode ser causada pela obstrução do canal auditivo por restos de parto, prematuridade, infecções neonatais e perinatais, alterações genéticas e malformações congênitas. Ele ressaltou que a detecção precoce no teste da orelhinha é de extrema importância.
“As intervenções terapêuticas vão desde suporte educacional para perdas auditivas leves, até o uso de dispositivos de amplificação sonora de diferentes potências, no caso de perdas moderadas a profundas”, explicou Hugo.
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