1 de outubro de 2024

Menino de 8 anos que comeu caju envenenado apresenta melhora, mas tem sequela no cérebro que afeta movimentação, diz mãe

Ao g1, mãe de Ulisses Gabriel da Silva conta que a sequela deixou a coluna do filho rígida. Apesar disso, ele está consciente e não tem previsão de receber alta. Ele está na UTI do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) desde 12 de setembro. Vizinha suspeita de oferecer caju envenenado ao garoto e seu irmão, de 7 anos, está presa. Mulher é presa suspeita de envenenar crianças no litoral do Piauí
Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, garoto que comeu cajus envenenados, apresenta uma pequena melhora, mas desenvolveu uma sequela no cérebro, conforme a mãe Francisca Maria da Silva. Ele está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) desde 12 de setembro. O irmão dele, João Miguel da Silva, de 7 anos, morreu devido ao envenenamento.
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Ao g1, Francisca contou que a sequela deixou a coluna rígida e afeta a movimentação de Ulisses. Apesar disso, ele está consciente e acompanha os familiares com os olhos, ainda sem falar. Segundo a mãe, a equipe médica não deu previsão de alta, que está condicionada à melhora da condição do garoto. Procurado, o HUT confirmou apenas que o paciente continua na UTI.
O menino chegou a receber alta em 6 de setembro e tinha sido encaminhado para a clínica pediátrica, mas precisou retornar para os cuidados intensivos.
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Os dois irmãos, de 7 e 8 anos, foram socorridos, no dia 23 de agosto, em estado grave com sintomas de envenenamento na cidade de Parnaíba, litoral do Piauí. A suspeita, vizinha das vítimas, foi presa horas depois. João Miguel morreu em 28 de agosto, após cinco dias internado.
A suspeita do crime é Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos. Ela foi presa em flagrante, negou as acusações e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça dias depois. Revoltados com a situação, vizinhos incendiaram a casa da mulher.
Crianças receberam saco de cajus
Menino de 7 anos morre em Teresina vítima de envenenamento
Reprodução
Ulisses e João Miguel moravam com a mãe em uma residência no residencial Dom Rufino, na periferia de Parnaíba, litoral do Piauí. A mãe dos irmãos relatou que, na sexta-feira (23), o filho mais velho chegou à casa da família com um saco de cajus, que teria sido oferecido pela vizinha Lucélia Maria, suspeita de envenenar as crianças.
“Ele foi comer os cajus com o irmão e os dois saíram para brincar. Quando o mais novo voltou, disse que estava tonto, se sentindo mole e me pediu para segurá-lo. Eu o segurei e ele estava roxo, com a língua preta, babando e vomitando o caju”, lembrou Francisca.
O filho caçula foi levado ao hospital e, pouco depois, o irmão mais velho também deu entrada com os mesmos sintomas, levado pelo tio das crianças. Francisca disse ainda que não tem qualquer relação com a vizinha suspeita do crime.
Os irmãos foram entubados no Hospital Nossa Senhora de Fátima, anexo do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba. O transporte das crianças à capital foi feito por uma aeronave do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
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Prisão preventiva de vizinha
Crianças ficam em estado grave por envenenamento e vizinha é presa em Parnaíba
Tiago Mendes/TV Clube
Lucélia Maria foi presa no dia do crime. Conforme a polícia, ela já tinha histórico de brigas com a vizinhança e episódios de envenenamento de animais no entorno da residência. A casa dela foi queimada por vizinhos.
Na decisão que converteu a prisão em flagrante da suspeita em preventiva, o juiz Marcos Antonio Moura Mendes apontou que a materialidade do crime foi demonstrada e existem indícios de autoria, tais como:
Veneno encontrado na residência da indiciada;
Existência de cajueiro em frutificação no quintal da residência dela;
Histórico de agressões a crianças, conforme relatos de vizinhos.
Os policiais encontraram, debaixo de uma cômoda na casa de Lucélia, invólucros de uma substância que seria estricnina, conhecida popularmente como “chumbinho”. A substância pode provocar desordem convulsiva, contrações musculares e falência respiratória.
O material, contudo, continua em análise pela perícia da Polícia Civil. Também está sendo analisando o material encontrado no estômago das crianças.
A mulher alegou que utilizava a substância para matar ratos. O material e uma sacola com cajus foram apreendidos e levados para perícia no Instituto de Criminalística. A suspeita está presa na Penitenciária Mista de Parnaíba.
Vizinhos incendiaram residência de suspeita de envenenar crianças durante a noite
Reprodução
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