16 de novembro de 2024

‘Menino imã’: Jovem diz que ‘nunca sentiu nada especial’ por atrair objetos metálicos

Atualmente, Marcos Paulo está com 20 anos, faz faculdade e estágio. Aos 11 anos, ele foi procurado por diversos veículos de imprensa por sua capacidade de atrair objetos metálicos. Menino imã, Marcos Paulo Garbone Gimenez, que fez sucesso aos 11 anos por atrair metais, e ele aos 20 anos
Elisângela Nascimento/G1 GO e Arquivo pessoal/Marcos Garbone
Conhecido aos 8 anos de idade como “menino imã” por ter a habilidade de deixar objetos metálicos presos ao corpo, o jovem Marcos Paulo Garbone Gimenez disse em entrevista ao g1 que “nunca sentiu nada especial” pela habilidade. Hoje em dia, aos 20 anos, o morador de Goiânia não consegue mais deixar os objetos grudados no corpo.
“Na época que descobrimos achamos muito diferente, o fator novidade ainda era grande. Mas, na verdade, eu nunca senti nada especial nisso, afinal eu só ficava parado e me concentrava um pouco para (os objetos) não caírem. Acho que fiquei feliz por aparecer na mídia pela 1ª vez, mas com o desenrolar acabou se tornando intenso demais”, lembra Marcos Paulo
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Toda a história começou em 2011, quando a mãe do rapaz viu uma reportagem na TV que mostrava um menino na Croácia com supostos poderes magnéticos. Por perceber que os metais só grudavam nas crianças mais gordinhas, resolveu testar no filho e deu certo.
“Ela resolveu testar em mim quando eu cheguei da escola e funcionou. As coisas que ela colocou, garfos e colheres, grudaram. A gente tentou com algumas coisas mais pesadas, e grudaram também”, lembra Marcos.
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Fotos mostram que talheres, celulares e até um ferro de passar roupa grudavam no corpo de Marcos Paulo e não caíam. Cerca de três anos depois que o caso ganhou repercussão nacional, ele já não conseguia mais repetir o feito.
“Eles caem normalmente, igual em todo mundo. A última vez que eu me lembro funcionar foi em 2013 ou 2014″, disse Marcos Paulo.
Sem explicação
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O g1 tentou encontrar uma explicação do porque esse objetos ficavam colados no corpo do garoto, mas vários dermatologistas disseram que, até a última atualização da reportagem, não encontraram explicação científica para esse magnetismo e nem para o desaparecimento dele.
“A semelhança entre o menino croata e o brasileiro, na época, era a condição de sobrepeso. Hoje o brasileiro é um jovem aparentemente eutrófico (com peso adequado) e perdeu a habilidade magnética, enquanto o croata ainda apresenta o magnetismo e aguarda pela realização da cirurgia bariátrica, que será em breve”, afirmou a dermatologista Melissa Alfredo.
Na época em que a matéria do g1 foi publicada, a dermatologista Juliana Salgado declarou que não acreditava na capacidade eletromagnética do corpo. Para ela, a explicação estava na produção de suor e sebo, que facilitava que objetos de superfície lisa grudassem na pele de Marcos Paulo.
O colunista Alysson Muotri também avaliou na época que o suposto magnetismo era apenas um mito, já que o jovem “segurava” itens como um celular, cuja superfície é plástica. “Nossa pele é, por definição, viscoelástica. E algumas peles são mais grudentas do que outras”, escreveu o especialista em artigo no Blog Espiral.
Marcos Paulo disse que quando o caso repercutiu a TV Anhanguera o levou em um médico para também tentar uma explicação.
“Que eu me lembre, a explicação dele foi algo sobre magnetismo animal, que todas as pessoas também possuem, porém alguns fatores faziam com que o meu fosse um pouco maior. Ele relacionou com o fato de eu andar sempre descalço quando criança, alimentação e coisas assim”, lembra o jovem.
Repercussão
Matéria g1 Goiás sobre o menino imã em 2011
Reprodução
Marcos Paulo conta que o feito foi relatado por seu pai para um amigo que trabalhava em um jornal de Goiânia. “Foi tudo muito rápido, mas intenso. Depois dessa primeira veiculação, todas as emissoras, todos os veículos de comunicação entraram em contato quase que ao mesmo tempo. Foram chegando ao longo de uma semana, todos querendo marcar entrevista”, lembrou.
O caso de Marcos ganhou repercussão nacional, após o g1 divulgar o curioso fenômeno. Apesar de todas reportagens, não era reconhecido na rua mesmo quando sua capacidade de atrair metais era assunto na imprensa. Segundo ele, o reconhecimento acontecia mais na escola.
“Aconteceu uma vez, quando eu estava saindo com o meu tio e um homem em uma distribuidora que me reconheceu”. Hoje em dia, ele afirma que ninguém mais o reconhece como o “menino imã”.
Atualmente, o rapaz está cursando o sétimo período da faculdade de jornalismo e está fazendo estágio. Mas ele garante que o que aconteceu no passado não teve influência na sua escolha profissional. “Eu fui perceber que queria fazer jornalismo durante a pandemia e eu comecei querendo fazer jornalismo esportivo para falar de futebol”, contou.
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