18 de novembro de 2024

Menos ansiedade, mais presente


Nos últimos tempos, parece impossível não encontrar alguém que relate uma vida agitada, cheia de afazeres e desafios, onde 24 horas parecem pouco para um dia. O sentimento de urgência se faz presente em tudo, até em situações onde não há justificativa para tanto, como aqueles segundos de espera quando o semáforo fecha.
Há uma afobação que nunca se esgota, para dar conta das tarefas. Tudo pra ontem. A impaciência e a intolerância aumentam cada vez que olhamos para o relógio. Nosso pensamento está sempre no próximo compromisso. Há uma pressa em chegar, mas nem sempre entendemos o porquê. É aí que mora o perigo.
Esse foco no futuro, incentivado por uma cultura que valoriza a realização e a produtividade, pode nos deixar preso em um ciclo de estresse e ansiedade. Com isso, as consequências não são nada favoráveis, pois a cobrança para atingir bons resultados nos impede de simplesmente desfrutar do momento presente.
A ansiedade interfere na nossa capacidade de concentrar-se no agora e vivermos o presente. É claro que todo mundo experimenta esse sentimento ao longo da vida, pois ela é uma reação natural do nosso organismo diante de desafios e ameaças. O problema é quando essa ansiedade passa dos limites, e consome uma grande quantidade de energia mental, interferindo na nossa qualidade de vida.
A ansiedade é descrita como um excesso de futuro. Pessoas ansiosas tendem a se ocupar com o “e se”. Preocupam-se excessivamente com o que está por vir, com algo que ainda nem aconteceu e que talvez nem aconteça, distorcendo a percepção e experiência do tempo. O uso excessivo da tecnologia também contribui para essa desconexão com o presente. Nas redes sociais, a comparação social com as imagens postadas, compreendida, na maioria das vezes, como uma verdade absoluta, leva a sentimentos de inadequação que traz à tona emoções desconfortáveis e nos faz focar naquilo que “deveríamos” ser ou ter, em vez de encontrarmos satisfação com o que temos agora.
Aproveitar o momento atual não significa ignorar o futuro, mas sim buscar o equilíbrio entre nossas emoções e as exigências diárias, aprendendo a direcionar a atenção de maneira saudável e mais consciente. Para isso, precisamos nos conhecer melhor e compreender a realidade ao nosso redor, reorientando a mente para o presente. Em linhas gerais, isso abre espaço para apreciar os detalhes da vida para não constatar apenas mais tarde que éramos felizes. Créditos: Joselene L. Alvim

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