15 de novembro de 2024

Mercados de SP colocam lacres em vidros de azeite para evitar furtos; produto está quase 50% mais caro do que em 2023

Medida costuma ser feita em produtos mais caros. Altas temperaturas e seca na Europa, onde estão os maiores produtores de oliveiras, fazem árvores produzir menos azeitonas, que são matéria-prima do produto. Vidros de azeite lacrados em mercados de SP por conta do preço elevado
Reprodução/TV Globo
Mercados de São Paulo passaram a colocar lacres nos vidros de azeite para evitar furtos. Diversas unidades de uma rede de supermercados reforçaram a proteção nos vidros.
A medida ocorre por conta do aumento de preço do produto.
Em frente às prateleiras, clientes pesquisam e tentam buscar o azeite de menor preço. Mas a variação de valor é pequena. Ele passou a ser um produto evitado no mercado.
Dona Denise chegou a escolher uma marca, mas considerou inacessível. A garrafa de meio litro de azeite está quase R$ 50. Muita gente tem optado pelos óleos.
“Não vou levar não. É pequena demais. Não estou vendo nenhum para mim”, afirmou à reportagem do SP1.
Uma cozinheira de um restaurante árabe relatou a dificuldade de investir no produto e necessária mudança na quantidade: “Se antes era um fio, agora é uma gota”.
Alta nos preços
O calor e a seca que atingem a Europa continuam afetando o preço do azeite no Brasil, que encareceu quase 50% nos últimos 12 meses até maio, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os principais países que cultivam azeitonas, matéria-prima para o azeite, estão na Europa. O ranking é liderado pela Espanha, responsável por 42% da produção mundial, seguida pela Itália (9,7%) e Grécia (8,2%), aponta o Conselho Oleícola Internacional (COI). Além disso, o azeite é fundamental para a economia de Portugal.
O Brasil importa a maior parte do azeite que consome. O principal fornecedor é Portugal, que envia 53% de gorduras e óleos vegetas ao Brasil, aponta o Comex Stat, sistema do governo para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro. O levantamento não separa o azeite dos demais óleos.
O segundo maior fornecedor para o Brasil é a Espanha (15%), seguida do Paraguai (9,7%), da Argentina (7,1%), da Itália (5,3%) e do Chile (5%).
Entre 2022 e 2023, a produção de azeite caiu 20% na Europa. Mas o continente não é o único que vem tendo dificuldade, a fabricação mundial caiu em torno de 8% entre 2021 e 2022, aponta dados da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq – USP).
De onde vem o azeite

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