13 de outubro de 2024

Método inovador desenvolvido no interior de SP apresenta redução da dor na coluna em 75% dos casos

Originada de pesquisa científica desenvolvida no Hospital Regional de Piracicaba, a Sequência Pedroso já foi apresentada e validada em congressos no Brasil. Osteopata e pesquisadora durante apresentação no Congresso Internacional de Salvador
Reprodução/ Instagram
Uma pesquisa científica desenvolvida no Hospital Regional de Piracicaba (HRP-Unicamp) traz um método inovador para tratar dor na coluna, um mal que atinge cerca de 80% da população mundial.
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O método de fisioterapia reúne quatro técnicas já desenvolvidas e consolidadas cientificamente e aplicadas concomitantemente. O resultado já foi apresentado em congressos da área de osteopatia no Brasil e aguarda a validação para buscar a atenção de cientistas no Japão.
A Sequência Pedroso, desenvolvida pelo osteopata e pesquisador Raphael Aparecido Geradin Pedroso, ex-aluno do Colégio Brasileiro de Osteopatia, aborda “técnicas manipulativas de cervical alta, diafragma, pelve e pé no tratamento da dor lombar inespecífica”, envolveu 24 colaboradores do HRP-Unicamp e mais seis pessoas do Instituto Motive, com faixa etária ampla variando de 18 a 65 anos, e que não passaram por cirurgias na coluna.
O resultado apontou uma melhora significativa da dor em 75% dos casos estudados e aumento de 15% na mobilidade física. Pesquisa, iniciada por um questionário com 25 perguntas para mensurar a dor de cada participante foi finalizada neste ano. A pesquisa foi orientada por Eduardo de Latorre Fusatto, fisioterapeuta osteopata e professor do Colégio Brasileiro de Osteopatia.
Hospital Regional de Piracicaba
Divulgação/HRP
Cenário mundial e nacional
Cerca de 80% da população mundial já sofrem ou terão dores na coluna, conhecida também como lombalgia. Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) projetam ainda que, em 2050, a patologia atingirá cerca 800 milhões pessoas no mundo.
No Brasil, a dor nas costas é a doença crônica mais comum, aponta estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, ligada à Fiocruz, que aponta que 36% dos brasileiros sofrem com este problema.
Em 2020, a lombalgia foi a doença que mais afastou brasileiros do trabalho, de acordo com o INSS, somando 83,8 mil casos.
Só nos Estados Unidos, segundo artigo publicado no livro Tratado da Dor (2022), a estimativa é que a lombalgia crônica tenha um custo anual estimado de US$ 635 bilhões, incluindo despesas médicas diretas e perda de trabalho e produtividade. No Brasil, não há este levantamento.
Confira quando procurar um especialista, segundo Pedroso:
Dificuldade para realizar movimentos com o pescoço;
Sensação de dormência no ombro, braço, cotovelo, mão ou dedos;
Fraqueza em um dos braços;
Fraqueza nas pernas;
Alteração no funcionamento do intestino ou bexiga;
Dor ou dificuldade para respirar;
Incontinência urinária.
Raphael Pedroso e José Eustáquio
Divulgação
Apresentações em bancas
Neste cenário, a primeira “A Sequência de Pedroso”, realizada com o apoio do Núcleo Ensino e Educação Permanente (NEPP) do HRP-Unicamp, já foi aprovada pelas bancas de cientistas da área e apresentada no Congresso Internacional de Fisioterapia, que ocorreu na última semana em Salvador (BA).
Em novembro, Pedroso apresenta a pesquisa científica no Congresso de Osteopatia, em Sorocaba, enquanto aguarda o resultado para a divulgação de seu trabalho no Japão.
“Avaliando o dia a dia desses pacientes, verifiquei que todos que apresentavam as dores lombares tinham disfunções importantes no diafragma, cervical, quadril e pé. A partir daí, tracei o objetivo de aplicar as quatros técnicas já existentes (diafragma, cervical alta, pelve e pé) de forma concomitante, criando assim a Sequência Pedroso”, afirmou o fisioterapeuta, que tem certificação em osteopatia, defende o título de diplomacia em novembro e responde pela direção do Instituto Motive, em Piracicaba.
“Essencial para integrar a prática clínica com o avanço científico, o NEPP reforça a formação contínua dos profissionais de saúde e promove a pesquisa como um componente central para o desenvolvimento de tratamentos e procedimentos mais eficazes”, afirmou José Eustáquio de Souza Jr., coordenador do NEPP.
A Sequência Pedroso já integra a literatura brasileira e o livro pode ser adquirido no site do Clube de Autores.
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