Segundo Claudia Sheinbaum, 2.500 deles não eram cidadãos mexicanos e serão repatriados para Honduras. Claudia Sheinbaum
Reprodução / X
O México recebeu quase 11 mil imigrantes deportados dos Estados Unidos desde 20 de janeiro, quando o presidente Donald Trump assumiu o cargo, disse a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, nesta sexta-feira (7).
Durante sua coletiva de imprensa diária, Sheinbaum revelou que, deste total, cerca de 2,5 mil não são cidadãos mexicanos. Muitos deles eram de Honduras e foram repatriados por meio de voos e transporte terrestre.
“É voluntário. Nós os acompanharemos para que possam ir para seus países de origem”, afirmou ela aos repórteres, enfatizando que as repatriações não foram forçadas.
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Nesta sexta, a agência de notícias Reuters registrou o trabalho de patrulha de membros da Guarda Nacional Mexicana e do Exército Mexicano no muro da fronteira do país com os EUA, nos arredores de Ciudad Juarez.
Membros da Guarda Nacional Mexicana e do Exército Mexicano patrulham o muro da fronteira entre o México e os EUA nos arredores de Ciudad Juarez
REUTERS/Jose Luis Gonzalez
Reforço militar na fronteira
O México iniciou, nesta terça-feira (4), o envio de militares para a fronteira com os Estados Unidos.
A informação foi dada pela presidente, Claudia Sheinbaum durante sua coletiva de imprensa diária. O reforço na fiscalização, que busca frear o tráfico de drogas na região, faz parte do acordo para que o presidente americano, Donald Trump, não imponha tarifas alfandegárias de 25% ao país vizinho.
“Os militares já começaram a ser enviados. O plano foi feito pelo general secretário (da Defesa) com sua equipe”, disse Sheinbaum, afirmando que os soldados foram mobilizados de outros estados que “não têm tanto problema de segurança” e que a transferência “não deixa o resto do país sem segurança”.
Ela disse, ainda, que o envio dos militares também ajudará a fortalecer as operações de segurança na fronteira norte, que tem sido sacudida pela violência vinculada ao crime organizado.
Membros da Guarda Nacional do México embarcam em Cancún com destino à fronteira com os EUA
REUTERS/Paola Chiomante
Militares embarcaram, por exemplo, em Cancún, na Riviera Maya, grande destino turístico do país. De acordo com a AFP, cerca de 300 militares estavam no aeroporto de Mérida.
Na coletiva, Sheinbaum falou ainda sobre a decisão do Equador de aplicar tarifas de 27% sobre todos os produtos mexicanos. A presidente mexicana minimizou o impacto na economia e afirmou que as exportações para o país sul-americano provavelmente representam apenas 0,4% do total de embarques do México para mercados estrangeiros.
Nesta segunda-feira (3), o México se comprometeu com o governo de Donald Trump a enviar 10 mil militares para a fronteira com os Estados Unidos para conter o tráfico de drogas, particularmente o de fentanil.
Trump, por sua vez, pausou por um mês a cobrança de tarifas de 25% sobre as exportações mexicanas, que havia anunciado no sábado passado, quando acusou o México e o Canadá, seus parceiros no tratado de livre comércio T-MEC, de permitir a entrada de migrantes irregulares e drogas em seu território.
O governo Trump, inclusive, acusou o México de ter uma “aliança” com cartéis do narcotráfico, o que Sheinbaum repudiou durante o fim de semana, qualificando a afirmação de “calúnia”.
Os Estados Unidos são o destino de mais de 80% das exportações mexicanas e por isso tarifas mais altas significariam um duro golpe para a segunda maior economia da América Latina, atrás apenas do Brasil.
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