Adson Batista afirmou que a jornalista Nathália Freitas elogiou a atuação do jogador Alejo Cruz apenas por achá-lo ‘bonitinho’. Após a repercussão, o dirigente pediu desculpas. Ministra das Mulheres comenta atitude machista contra jornalista da TV Anhanguera
Após a repercussão da fala machista do presidente do Atlético-GO, Adson Batista, direcionada à repórter Nathália Freitas, da TV Anhanguera e da Rádio CBN, durante uma coletiva de imprensa, a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, se pronunciou sobre o ocorrido em seu perfil no X, na quinta-feira (30).
“Nenhuma mulher deve ser submetida a situações constrangedoras e desrespeitosas, em qualquer ambiente. Minha solidariedade a Nathália e a todas que enfrentam o machismo em seu dia a dia”, escreveu.
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O comentário foi dito depois do empate da equipe com o Goianésia, pela 5ª rodada do Campeonato Goiano, na quarta-feira (29), em Goiânia. Adson afirmou que a jornalista elogiou a atuação do jogador Alejo Cruz apenas por achá-lo “bonitinho”. Na ocasião, Nathália se retirou da coletiva.
A ministra considerou a situação “inaceitável” e ainda reafirmou o compromisso do Ministério das Mulheres no combate ao assédio e à violência de gênero. “Respeito e igualdade não são negociáveis!”, finalizou.
Em nota, Adson Batista pediu desculpas a repórter e mencionou que não teve a intenção de ofender ou desrespeitar Nathália. “Entendo que, em situações como essa, o humor pode ser mal interpretado, e lamento profundamente se a brincadeira a fez se sentir desconfortável”, ressaltou.
Cida Gonçalves presta apoio a repórter Nathália Freitas após comentário machista
Reprodução/Redes sociais
Entenda o caso
Adson Batista faz comentário machista após ser questionado pela repórter Nathalia Freitas, em Goiânia
Reprodução/TV Anhanguera
Atualmente, o Atlético-GO ocupa a oitava colocação no Campeonato Goiano, com seis pontos em cinco jogos. Na quarta-feira (29), a equipe terminou 0 a 0 contra o Goianésia, no Estádio Antônio Accioly. Depois do empate, o presidente participou de uma coletiva junto à imprensa e se mostrou decepcionado com a atuação dos jogadores.
A repórter Nathália Freitas, cobria a partida pela Rádio CBN, e questionou Adson sobre a cobrança em cima da performance do meia Shaylon. “Não, não vamos falar só do Shay. Nathália, eu te respeito e vejo que você acompanha futebol e conhece futebol. Alguém salvou nesse time aqui hoje?”, respondeu o dirigente.
Nesse momento, a jornalista pontua que “talvez” o atacante uruguaio Alejo Cruz. “Não, ele errou também pra caramba. Ele teve uns chutes ali, mas ele pode render muito mais. Acho que ele pode ser cobrado melhor e você achou ele ‘bonitinho’. Só isso”, comentou Adson.
“Eu não vou aceitar, porque eu sou profissional e acho que você só fez essa ‘brincadeira’ porque eu sou mulher. Isso acaba afetando o meu profissionalismo”, rebateu Nathália.
O presidente pediu que não houvesse “barraco”. Edson destacou ainda que a repórter poderia se “vitimizar” porque não foi a intenção dele a magoar.
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Repercussão
Nas redes sociais, Nathália Freitas agradeceu o carinho e as mensagens de apoio que recebeu após o caso repercutir na internet. “Não consigo agradecer todo mundo individualmente neste momento e nem falar sobre o que aconteceu agora”, pontuou.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Goiás (SindJor) emitiu uma nota de pronunciamento em solidariedade à repórter, na quinta-feira (30). O texto afirma que o atual dirigente já havia apresentado um comportamento desrespeitoso com outros colegas anteriormente.
A diretoria comunicou ainda que espera que essa conduta “sirva de reflexão e incentive a mudança de comportamento por parte deste e de outros dirigentes” (leia a nota completa abaixo).
Nota do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Goiás
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Goiás expressa publicamente sua solidariedade à jornalista Nathália Freitas, que, na noite de 29 de janeiro de 2025, foi interpelada de maneira machista, antiprofissional e constrangedora pelo atual presidente do Atlético Clube Goianiense.
A jornalista, que mantém conduta profissional irretocável em todos os veículos onde atua e atuou, não merecia o tratamento dispensado pelo dirigente esportivo, que já demonstrou comportamento desrespeitoso com outros colegas em ocasiões anteriores.
Esperamos que essa conduta, inaceitável em um momento de busca por maior igualdade de oportunidades profissionais em todas as áreas, sirva de reflexão e incentive a mudança de comportamento por parte deste e de outros dirigentes. Que todos os profissionais, independentemente de gênero, sejam tratados com o respeito que merecem!
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