Dados fazem parte de levamento realizado pelo g1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Monitor da Violência
g1
Sergipe foi o estado que mais reduziu o percentual de mortes violentas entre os anos de 2022 (593) e 2023 (458) no país, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (12), pelo Monitor da Violência.
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Segundo o levantamento, o estado apresentou uma redução de 22,6%. Seguido pelos estados do Tocantins (19,8%), Rondônia (14,5%), Rio Grande do Norte (13,9%) e Pará (13,7%).
Em 2023, o estado também foi o que mais reduziu o número total de mortes em relação aos estados do Nordeste. Com 458 registros, seguido por Piauí (711), Rio Grande do Norte (951) e Paraíba (995).
Os valores acompanhados pelo Monitor são as somas dos crimes de homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.
Em 2023, os meses com maior redução foram junho (30) e julho (28). Já os meses com mais registros de mortes violentas foram janeiro (57) e abril (50).
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O levantamento é uma parceria do g1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O que diz a SSP
Para o secretário da segurança pública, João Eloy de Menezes, os dados apresentados pelo G1 ratificam o levantamento que é feito periodicamente pela SSP. “Atestando a qualidade e a legitimidade dos nossos dados e que sim estamos tendo menos mortes violentas em Sergipe”, asseverou.
João Eloy também destacou que os resultados positivos que vêm sendo obtidos por Sergipe são fruto do trabalho dos servidores da segurança pública. “Nossos policiais militares, policiais civis e peritos criminais estão diariamente trabalhando para garantir a segurança pública da nossa população”.
Polícias Civil e Militar de Sergipe
SSP/ SE
Levantamento periódico é encerrado
O levantamento periódico dos assassinatos é um dos projetos do Monitor da Violência, criado em 2017 pelo g1 em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP).
Naquela época, o governo federal não tinha uma ferramenta que permitisse à sociedade – jornalistas, pesquisadores, gestores públicos e demais cidadãos – acompanhar, de forma atualizada, os dados sobre homicídios do país. O único levantamento nacional era o do FSBP, divulgado no segundo semestre de cada ano.
A divulgação dos dados pelos estados também não era padronizada, e não havia uma frequência definida.
A partir da parceria, as centenas de jornalistas do g1 espalhados pelo país passaram a levantar junto aos estados dados sobre as mortes violentas ocorridas mês a mês, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e das assessorias de imprensa dos governos.
Esse trabalho contribuiu para aumentar a transparência e a precisão das informações sobre segurança pública divulgadas no Brasil e, em 2024, o governo federal passou a publicar os dados de crimes violentos em um painel interativo com informações de todos os estados.
Os dados do governo federal, embora usem uma metodologia diferente da do Monitor (por incluir, por exemplo, mortes suspeitas e encontro de corpos e ossadas, que podem não ser homicídios), apontam para um cenário semelhante, de redução de 4% nas mortes violentas em 2023.
Esse aumento na transparência levou o g1 e os parceiros a decidirem encerrar o levantamento periódico das mortes violentas.
“O Monitor da Violência teve e tem um papel estratégico para a discussão de vários temas sensíveis da agenda da segurança pública, a exemplo dos dados sobre redução e esclarecimento de homicídios, letalidade e vitimização policial, sistema prisional, violência contra mulheres, entre outros. Afinal, a experiência internacional revela que é a partir da ação intensa de disseminação de informações fidedignas e qualificadas que políticas públicas são provocadas e gestores se mobilizam”, afirmam Renato Sérgio de Lima e Samira Bueno, diretores do FBSP.
A decisão não significa o fim do Monitor da Violência – apenas do levantamento periódico de assassinatos, diante de um cenário em que dados nacionais e atualizados sobre esses crimes estejam disponíveis para a população.
A parceria seguirá em outras iniciativas, como tem acontecido desde 2017. Nesse período, entre outras coisas, o Monitor da Violência realizou reportagens sobre
Solução de investigações de homicídios;
Letalidade policial e mortes de policiais militares;
Feminicídios;
Roubos de carro no Estado de SP;
Impacto da decisão do STF que permitiu a substituição da prisão preventiva por domiciliar de grávidas e mulheres com filhos pequenos;
Propostas para a segurança pública de candidatos à Presidência da República.