19 de setembro de 2024

Moradores de Eldorado do Sul, cidade mais afetada por cheias no RS, descrevem destruição ao voltar para casa

Imagens de satélite apontam que as enchentes atingiram 80% do município gaúcho, onde vivem 42 mil pessoas. Moradores voltam às casas na cidade em que proporcionalmente houve mais perdas
Os moradores de Eldorado do Sul, a cidade que foi mais atingida pelas enchentes no Rio Grande do Sul, estão começando a voltar para as suas casas.
Por lá, a correnteza do Rio Jacuí chegou até arrancar algumas casas das fundações.
“Ela veio um turbilhão, levando tudo por diante”, lembra Sérgio Luz Pereira.
O título indesejado foi comprovado através de imagens de satélites que apontam que a cheia atingiu 80% do município, onde vivem 42 mil pessoas.
Nas ruas, os moradores vão tirando o que podem, mas ainda falta luz em 3,5 mil endereços.
A areia acumulada pelas ruas até parece que foi trazida propositalmente para uma construção. No Bairro Itaí, uma casa chegou a ser tomada pelo material, que foi arrastado pela correnteza.
“Eu estou invadida na areia. Não tem para onde ir. Dois metros de areia ali”, descreve Noeli Ribeiro.
Por conta das dunas, tem quem ainda não conseguiu chegar à porta.
“A gente precisa que seja limpo isso, seja retirada essas areias para que as pessoas consigam entrar nas suas casas”, afirma Patrícia Soardi Rodrigues.
Em Triunfo, também na região metropolitana, a água baixou.
Quem circula pela cidade se depara com situações como uma casa que, com a força do Rio Taquari, saiu do seu ponto original.
“Comprei todo o material, tudo novinho, gastei tudo que eu tinha para construir essa casa para mim e para a minha família (…) estamos na terceira enchente. A gente pegou uma em setembro e outra em novembro. Perdemos tudo em novembro e a de maio a gente não imaginava que seria tanto assim”, lamenta Ana Lúcia Prado Alves, proprietária da casa.
No Aeroporto Internacional Salgado Filho, duas bombas de alta capacidade começaram a funcionar. Elas são capazes de drenar 2 mil litros de água por segundo.
Além delas, sete bombas menores estão drenando água, mas ainda não há prazo para o aeroporto ficar seco.
Leia também

Mais Notícias