Taxistas relatam que cavalos invadem as ruas e rodovia. Animais também são vistos amarrados sem comida e água. Cavalos soltos em rodovia de Fernando de Noronha representam risco de acidente
Os motoristas de Fernando de Noronha enfrentam obstáculos diários. Eles relatam riscos de acidentes com os animais soltos, principalmente cavalos nas ruas e rodovia da ilha (ver vídeo acima), além de diversos casos de maus tratos.
As ocorrências têm aumentado nos últimos meses. O taxista Rodrigues Guedes da Silva do que costuma observar.
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“Vemos muitos cavalos soltos e acidentes. Rodamos a ilha inteira e corremos riscos de colisão. Nós também identificamos falta de cuidado com os cavalos, animais sem água. Às vezes esses animais se soltam da corda e é um livramento porque passam sede”, disse Rodrigues.
O motorista de táxi Luiz Henrique Tavares encontrou um cavalo morto as margens da BR-363.
“Encontrei, na semana passada, um cavalo morto na ladeira do porto. Fiquei indignando. O cavalo estava magro de passar fome, uma crueldade”, declarou Luiz Tavares.
A coordenadora do Projeto Pet Noronha, Any Perla Pereira da Silva, que trabalha na região do Porto de Santo Antônio, nas proximidades da Praia da Caireira, também identificou casos de maus tratos.
“Na região da Caieira já vimos sete cavalos presos mais de 15 dias, sem comida e no sol quente. Sabemos de muitos casos de cavalos que morrem de sede e de fome”, relatou Any Perla.
A coordenadora do projeto disse que a medida acertada seria a retirada dos animais de grande porte da ilha que estão abandonados. Isso evitaria acidentes de trânsito e os maus-tratos.
Cavalo encontrado morto nas proximidades da rodovia
Luiz Tavares/Acervo pessoal
Cipoma
A Polícia Militar de Fernando de Noronha conta com um batalhão que é subordinado à Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma). A subcomandante da PM na ilha, tenente Carla Alessandra, informou que a fiscalização desses animais é de responsabilidade da Administração da Ilha.
ICMBio
Os cavalos circulam na Área de Proteção Ambiental (APA), região que também tem fiscalização do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio).
O órgão informou, por meio de nota, que a responsabilidade pela identificação, notificação e retirada de animais de grande porte que circulam pelas vias públicas de Fernando de Noronha é da Administração Distrital da Ilha, mas tem planejamento ações nessa área.
“O ICMBio está desenvolvendo mecanismos que visam o bem-estar desses animais. A data do início da execução dessas iniciativas ainda será divulgada”, indicou o instituto.
Administração da Ilha
A Administração da Ilha informou em nota que Gerência de Vigilância em Saúde concluiu o censo de equinos no território.
“A iniciativa registrou todos os animais por meio de microchips e fichas de identificação assinadas pelos tutores, garantindo maior controle e acompanhamento. Além disso, os tutores foram orientados sobre suas responsabilidades, direitos dos animais e a importância da tutoria responsável”, informou.
A nota também indicou que equinos encontrados soltos de forma irregular são identificados e notificações de “animal desacompanhado em via pública” são emitidas.
“Em casos de indícios de maus-tratos, um laudo médico-veterinário legal é emitido para atestar a situação, seguido do registro de ocorrência junto à Delegacia de Polícia Civil, que conduz as investigações para responsabilizar os tutores conforme a legislação vigente”, informou o governo local.
A Administração de Fernando de Noronha também enfatizou que a BR-363 é uma rodovia federal e que a competência de apreender animais soltos na via é da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“As ações da Vigilância em Saúde têm se concentrado na identificação dos tutores e no encaminhamento de casos de maus-tratos à Polícia Civil, garantindo o cumprimento das normas e a proteção dos animais”, relatou a nota da Administração da Ilha.
O g1 entrou em contato com Polícia Rodoviária Federal para saber quando serão realizadas ações para resolver o problema de animais soltos da rodovia federal, mas até a publicação desta reportagem não teve resposta.
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