2 de novembro de 2024

Moradores de Marília reclamam de demora para receber medicamentos pelo Medex: ‘Precisei vender itens de casa’, diz mãe


Em alguns casos, insumos foram recebidos pela última vez em maio. Em nota à TV TEM, DRS de Marília afirma ter remanejado itens para atender parte das demandas. Falta de medicamentos de alto custo prejudica pacientes de 62 cidades da região de Marília
Moradores da região de Marília (SP) que dependem do Programa de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (Medex) estão reclamando da demora para o recebimento de medicamentos e insumos hospitalares garantidos pela Justiça.
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O Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília atende à macrorregião do centro-oeste do estado de SP e abrange 62 municípios e 12 mil moradores pertencentes às regiões de saúde de Adamantina, Assis, Marília, Ourinhos e Tupã.
Falta de fraldas
Luciana de Almeia Leonildo é dona de casa e tem uma medida judicial para retirar 200 fraldas por mês para o filho de 13 anos, que tem hidrocefalia e paralisia cerebral. Segundo a dona de casa, as fraldas do modelo específico que seu filho precisa estão em falta desde maio.
“Liguei para a DRS, e eles disseram que precisamos aguardar. Na semana passada, mandaram uma mensagem pedindo o número da minha conta, afirmando que iriam enviar o dinheiro para que eu pudesse comprar as fraldas, mas até agora não recebi nada. É uma situação que não posso ignorar, pois utilizamos as fraldas todos os dias e preciso trocar diariamente. Não posso ficar esperando tanto tempo”, explica a dona de casa.
Moradores de Marília reclamam de demora para receber medicamentos pelo Medex
Reprodução/TV TEM
Luciana ainda explica que precisou comprar as fraldas com seu próprio dinheiro à espera do ressarcimento do valor, que custa a chegar.
“Estamos devendo quase R$ 2 mil na farmácia, pois as fraldas são caras. Estamos pagando em parcelas”, explica.
Em nota à TV TEM, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília informa que realizou o remanejamento das fraldas Bigfral Plus para atender ao paciente.
Já a Secretaria de Estado da Saúde (SES) ressaltou que a aquisição de medicamentos requer processo licitatório, cujos trâmites obrigatórios podem sofrer atrasos, como em casos de pregões desertos.
Família vendeu móveis
A técnica de enfermagem Mara Lúcia Bissoli é mãe de Maria Luiza e reclama sobre a falta de acesso a um leite específico e de alto custo necessário para ela. Maria Luiza ficou meses internada após o parto e, por isso, precisa de uma nutrição especial.
Moradores de Marília reclamam de demora para receber medicamentos pelo Medex
Reprodução/TV TEM
A família conseguiu obter a fórmula uma única vez através do sistema de saúde (Medex), mas, desde então, não houve mais disponibilidade, nem previsão de quando o leite estará novamente acessível.
A mãe conta que chegou a vender móveis de casa para comprar o leite da filha.
“Estamos comprando leite por conta própria, com a ajuda da família. Já precisei vender alguns itens de casa para conseguir comprar a fórmula, o pai faz o possível para ajudar, e as irmãs também contribuem como podem”, disse a mãe.
Em nota à TV TEM, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília informou que realizou o remanejamento do insumo Pregomin para atender à demanda da paciente e que um novo lote do Pregomin será entregue em Marília até a próxima semana.
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