23 de setembro de 2024

Moradores do prédio que foi evacuado e permanece interditado em Montes Claros contratam engenheiro independente

No total, 30 apartamentos, com 45 pessoas, foram esvaziados. Outras residências e comércios em um raio de 60 metros também permanecem fechados, assim como o trânsito. Edifício Roma, em Montes Claros
Francyne Perácio/Inter TV
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Os moradores do edifício Roma, que foi evacuado e permanece interditado em Montes Claros, contrataram um engenheiro para acompanhar o trabalho que está sendo feito pela empresa que construiu o prédio (veja mais detalhes sobre o caso abaixo). No total, 30 apartamentos, com 45 pessoas, foram esvaziados na segunda-feira (8). Outras residências e comércios em um raio de 60 metros também permanecem fechados, assim como o trânsito.
“Nos informaram que está sendo feito um trabalho com calculistas especializados e que não há nenhum perigo de desabamento ou queda, ficamos seguros diante das informações e pela seriedade da construtora”, diz Vanderlene Aparecida Antunes de Souza, representante dos moradores.
Prédio de 16 andares que foi evacuado e permanece interditado em Montes Claros tem a estrutura escorada
A empresária participou de uma reunião na tarde desta quarta-feira (10) com representantes da empresa (leia nota da construtora abaixo). Por enquanto, nenhum documento que atesta as condições da edificação foi apresentado, já que os levantamentos ainda estão sendo feitos.
“Também contratamos um engenheiro independente pelo condomínio e vamos procurar empresas especializadas para atestar tudo que nos for apresentado”, completa.
Cleber Veloso é o engenheiro civil contratado pelos moradores. Ele diz que espera receber um parecer da construtora para analisar as informações que forem repassadas.
“No momento é difícil afirmar o que ocorreu, houve um colapso em um pilar, esse colapso pode ter – não tenho certeza do que estou dizendo, é preciso frisar bem isso – afetado outros pilares e algumas vigas. Eles têm que analisar o que vão fazer, se vão fazer algum reforço, se esse pilar já não serve mais e se eles têm que fazer pilares auxiliares para tirar a carga desse aí.”
O vídeo abaixo, feito por drone, mostra um local danificado no prédio:
Vídeo mostra prédio evacuado em Montes Claros
Escoramento
Segundo as informações da Defesa Civil Municipal, foi feito o escoramento das vigas que sustentam os pilares da edificação nessa terça-feira (9). As escoras inicialmente colocadas foram substituídas por outras, que suportam mais peso e vieram de Belo Horizonte. Além disso, a edificação se manteve no prumo, o que significa dizer que está estável.
A Defesa Civil aguarda um laudo do engenheiro calculista para a liberação das vias e das moradias no entorno do prédio.
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) ressaltou que está levantando as informações sobre a edificação, mas que “as apurações realizadas até o momento indicam que a obra foi realizada de forma regular, com apresentação de responsáveis técnicos e as devidas Anotações de Responsabilidade Técnica (ART), além da regularidade da empresa executora.”
O Crea destacou que acompanha os desdobramentos da situação.
“As verificações continuam em curso com o acompanhamento dos próximos trabalhos realizados no prédio, seja na realização dos reparos necessários ou mesmo na confecção de laudo que ateste a segurança do imóvel. Em ambos os casos, o Conselho vai verificar a participação declarada do profissional e da empresa habilitada na condução dos serviços de engenharia.”
Entenda o caso
De acordo com informações divulgadas pelo Corpo de Bombeiros, o prédio apresenta comprometimento de mais de um pilar, sendo que um deles está com a ferragem exposta e rompimento de algumas barras, além de sinais de flambagem (encurvadura) na lateral afetada. Os militares foram chamados por uma pessoa que relatou ter sentido a edificação tremer após ouvir um estrondo.
“Nós fizemos esse esvaziamento preventivo para aliviar o peso na estrutura. Tudo que a gente pode fazer para aliviar o peso da estrutura está sendo feito para que a gente possa fazer o escoramento com bastante segurança e deixar a equipe de engenharia entrar no prédio para fazer a avaliação de quais serão os passos necessários para a estabilização completa da edificação”, detalhou o coronel Júlio César Tófolli, do Corpo de Bombeiros, na segunda, dia da interdição.
Como parte das medidas para aliviar o peso da estrutura, foi feito ainda o esvaziamento a caixa d’água do prédio, que possui capacidade para 50 mil litros. Por questões de segurança, moradias e comércios em um raio de 60 metros também foram evacuados. O trânsito está interditado.
Conforme o Corpo de Bombeiros, os donos de veículos que estavam nos locais onde as escoras foram colocadas tiveram autorização para retirá-los. Eles forneceram a localização e as chaves dos carros, que foram retirados por um funcionário da construtora.
Além disso, quem reside no entorno do edifício pode entrar, com o acompanhamento dos militares, para retirar os animais de estimação e documentos pessoais.
Desde a interdição, um Posto de Comando com os órgãos de segurança e representantes da empresa foi montado com funcionamento 24 horas.
O que diz a construtora
Por meio de nota, a Turano construtora diz que os moradores foram retirados como medida de segurança e afirmou ainda que eles estão alojados e contam com acompanhamento da construtora.
“Está sendo feita uma completa averiguação do prédio, tendo sido chamados os técnicos e calculista para os procedimentos que forem necessários”, destaca a nota.
A empresa diz ainda que preliminarmente não há abalo estrutural e que outros detalhes serão fornecidos posteriormente, após apuração.
Por fim, destacou que toda a situação está sendo acompanhada por uma equipe técnica e lamentou os transtornos causados.
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