Hélio Lima está preso no Comando Militar do Planalto, em Brasília. Inicialmente, ele foi preso no Rio de Janeiro, onde passou cerca de 15 dias, até ser transferido para a capital federal. Agora, segue para o Amazonas. Quatro dos 5 presos eram de grupo militar conhecido como “Kids Pretos”. Saiba o que são
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (4) a transferência de Brasília para Manaus do tenente-coronel do Exército Hélio Ferreira Lima, um dos “kid pretos” presos na Operação Contragolpe — que apura suposto plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
O militar foi preso preventivamente em 19 de novembro no Rio de Janeiro, e ficou detido no Batalhão de Guardas do Exército, na capital fluminense, até ser transferido para Brasília em 4 de dezembro de 2024.
Atualmente, o militar está preso no Comando Militar do Planalto e pediu transferência para a unidade Militar de Manaus para ficar próximo da família.
Em resposta ao Supremo, o Comando Militar da Amazônia informou que havia vaga disponível perto da residência do preso e com as condições necessárias para o cumprimento da prisão domiciliar.
Conforme decisão desta terça, ele será transferido para o 7º Batalhão de Polícia do Exército, na capital amazonense.
“Defiro os requerimentos e autorizo a transferência do custodiado Tenente-Coronel Hélio Ferreira Lima para o 7º Batalhão de Polícia do Exército, localizado em Manaus/AM. Comunique-se ao Comandante do Comando Militar da Amazônia, General Ricardo Augusto Ferreira Costa Neves. Oficie-se ao 7º Batalhão de Polícia do Exército, localizado em Manaus/AM. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, diz a decisão.
Prisão
Hélio Ferreira Lima foi preso na operação Contragolpe, da Polícia Federal, ao lado de outros militares e um policial federal.
Eles são acusados de tramar, em 2022, a prisão e o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e de Moraes, que presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à época.
De acordo com a PF, as investigações apontam que a organização criminosa usou de elevado conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas entre novembro e dezembro de 2022.
O objetivo seria impedir a posse do governo eleito democraticamente nas eleições de 2022 e restringir o exercício do Poder Judiciário, conforme mostrou a apuração.
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Golpe de Estado
Segundo a Polícia Federal, entre as ações elaboradas pelo grupo havia um “detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelo’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022” para matar os já eleitos presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Em novembro, cinco pessoas foram presas com autorização do Supremo Tribunal Federal:
quatro militares do Exército ligados às Forças Especiais da corporação, os chamados “kids pretos”: o general de brigada Mario Fernandes (na reserva), o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira.
um policial federal: Wladimir Matos Soares.
Na última segunda-feira (2), Moraes já havia autorizado a transferência de Mario Fernandes e Rodrigo Bezerra Azevedo, também para Brasília.
Segundo as investigações, Mario Fernandes é um dos responsáveis por criar os arquivos onde foram armazenadas as informações do grupo, com os planejamentos do assassinato de Lula, Alckmin e Moraes, e de instituir de um gabinete de crise a ser montado após a execução do plano.
A PF destaca que ele participou dos acampamentos golpistas em dezembro, quando “ainda ocupava o cargo de chefe substituto da Secretaria Geral da Presidência da República, possuindo estreita proximidade com o então presidente Jair Bolsonaro”.