7 de janeiro de 2025

Moraes prorroga mais uma vez inquérito das milícias digitais

PF terá mais 180 dias para prosseguir com investigações. Corporação apura existência de uma organização criminosa que teria a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, durante sessão no Congresso em homenagem à Constituição de 1988
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 180 dias o inquérito que investiga as ações de uma suposta milícia digital que atua contra a democracia. Esta é a 10ª vez que o prazo para as apurações é estendido.
Segundo o ministro, a decisão foi tomada “considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligências ainda pendentes”.
A investigação começou em julho de 2021, depois de o ministro Alexandre de Moraes ter determinado o arquivamento — a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) — do inquérito que investigou atos antidemocráticos a partir de abril de 2020.
É nesse inquérito que se apura a tentativa de um golpe de Estado que, segundo as investigações, teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ministros da gestão dele e militares.
No chamado inquérito das milícias digitais, a Polícia Federal apura a existência de uma organização criminosa que teria a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito e se articularia em núcleos político, de produção, publicação e financiamento.
Outra suspeita é de que esse grupo tenha sido abastecido com verba pública.
Segundo a PF, a ação do grupo seria orquestrada com o objetivo de difundir ataques e desinformação, criando e deturpando dados para obter vantagens e auferir lucros – buscando, assim, ganhos políticos, ideológicos e financeiros.
“Identifica-se a atuação de uma estrutura que opera especialmente por meio de um autodenominado ‘gabinete do ódio’: um grupo que produz conteúdos e/ou promove postagens em redes sociais atacando pessoas (alvos) – os ‘espantalhos’ escolhidos – previamente eleitas pelos integrantes da organização, difundindo-as por múltiplos canais de comunicação […], especialmente as redes sociais”, escreveu a delegada.
A PF já apontou que a suposta milícia digital atua de forma anônima e tem como alvos adversários políticos, ministros do STF, integrantes do próprio governo e dissidentes, além da imprensa tradicional.
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