24 de dezembro de 2024

Morcego, gavião, cobra, onça: as transformações impressionantes do Festival de Parintins

Cunhãs-porangas Marciele Albuquerque, do boi Caprichoso, e a ex-BBB Isabelle Nogueira, do Garantido, se transformaram em animais durante as apresentações da 57ª edição do Festival Folclórico. Vídeos viralizaram nas redes sociais. Morcego, gavião, cobra, onça: as transformações impressionantes do Festival de Parintins.
Mulheres que se transformam em águias, cobras, morcegos e gaviões com indumentárias riquíssimas e evoluções perfeitas. É assim que os itens, quesitos que compõem a apresentação dos bois Caprichoso e Garantido, têm ganhado o público no bumbódromo de Parintins durante a 57ª edição do Festival Folclórico.
O Festival Folclórico de Parintins é conhecido por ser o maior espetáculo a céu aberto do mundo. Os bois Caprichoso (azul) e Garantido (vermelho) protagonizam três noites de embate. Ao som das toadas, música típica da cultura bovina, cada bumbá tem até 2h30 para apresentar um conjunto de 21 itens, em uma arena que tem o formato da cabeça de um boi. A festa reúne mais de 100 mil pessoas todos os anos.
Na edição deste ano, os dois bois investiram ainda mais nas transformações dos itens. As cunhãs-porangas Marciele Albuquerque, do boi Caprichoso, e a ex-BBB Isabelle Nogueira, do Garantido, viralizaram nas redes sociais neste final de semana com vídeos em que aparecem se transformando em diferentes animais durante os quesitos (veja no vídeo acima).
Estas transformações ajudam os itens a explicarem o tema que cada boi escolheu, e que se desenvolve ao longo das três noites de apresentação, além de somarem pontos na apuração.
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Caprichoso
Marciele Albuquerque virou uma cobra grande.
Divulgação/Boi Caprichoso
Na primeira noite do festival, durante a sua evolução, Marciele Albuquerque se transformou em uma cobra. A indumentária virava a cabeça de uma serpente, enquanto dançarinos do boi ajudavam a formar a calda da majestosa serpente. Ela era a “Dona da Noite”, lenda indígena trazida pelo bumbá no primeiro dia de apresentação.
Já na segunda noite, a cunhã do Caprichoso se transformou em uma águia. Os movimentos idênticos ao da ave e a perfeição do rosto do animal chamaram a atenção do público e das redes sociais. A “galera”, como são conhecidos os torcedores de cada boi, foi ao delírio.
Marciele se transformou em uma águia durante apresentação do Caprichoso.
Reprodução/Rede Amazônica
Também pelo Caprichoso, a Rainha do Folclore, Cleise Simas, apareceu como um morcego na segunda noite do festival. Ao descer da alegoria, ela removeu a parte da fantasia para evoluir na arena do bumbódromo. A iluminação da arena fez com que a fantasia mudasse de cor a cada toada evoluída por ela.
Cleise Simas apareceu como um morcego durante evolução no Boi Caprichoso.
Divulgação/Governo do Amazonas
Mas não são apenas os itens femininos do lado azul que tem apostado na transformação, não. O pajé Erick Beltrão virou um “jacaré” no meio do bumbódromo, durante a sua evolução na noite de sábado (29). Ele interpretou o xamã durante o ritual da mística marubo.
Erick Beltrão virou um jacaré na segunda noite do boi Caprichoso.
Pedro Coelho/Boi Caprichoso
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Garantido
Isabelle Nogueira se transforma em onça pintada durante evolução no Garantido.
Patrick Marques/g1
A ex-bbb Isabelle Nogueira virou uma onça pintada na primeira noite de apresentação do boi vermelho e branco. Ela surgiu em uma alegoria chamada “Noçokem” e ao descer se transformou no felino. Os leds nos olhos do animal ajudaram a dar o tom perfeito da apresentação.
Já na segunda noite, Isa surgiu montada em bichos das matas e do fundo do rio, em uma alegoria que representava a “Lenda das Amazonas”. Já na arena, ela se transformou em gavião real durante sua evolução.
Isabelle Nogueira se transformou em um gavião durante apresentação do boi Garantido.
Divulgação/Governo do Amazonas
O pajé Adriano Paketá virou uma gigantesca sucuri durante o chamado ritual indígena, encerrando a segunda noite de apresentação do bumbá vermelho e branco.
Adriano Paketá virou sucuri na apresentação.
Divulgação/Governo do Amazonas
Como é a disputa
O espetáculo de cada boi no Bumbódromo é complexo e envolve 21 quesitos, chamados de ‘itens’. Os itens são divididos em blocos, de acordo com suas características. O “Bloco A” compreende quesitos comuns e musicais; o “Bloco B”, itens relativos à cenografia e coreografia; e o “Bloco C” reúne a parte artística do evento.
A decisão da disputa está nas mãos de jurados, dentre os quais: um é o presidente da comissão de júri; três julgam o Bloco A (os sete itens presentes nele); três julgam o Bloco B (os sete itens presentes nele); e os outros três, o Bloco C (os sete itens presentes nele). Cada noite é avaliada separadamente.
A apuração ocorre sempre na segunda-feira, na parte da tarde, após o último dia de festa. Das três notas dadas a cada item, é descartada a menor. Vence o festival o boi que acumular mais pontos no somatório de todos os blocos em todas as noites. Ao todo, os jurados julgam os 21 itens, sendo individuais e coletivos. Confira:
Apresentador;
Levantador de toadas;
Batucada ou Marujada;
Ritual indígena;
Porta-estandarte;
Amo do boi;
Sinhazinha da fazenda;
Rainha do folclore;
Cunhã-poranga;
Boi bumbá (evolução);
Toada (letra e música);
Pajé;
Tribos indígenas;
Tuxauas;
Figura típica regional,
Alegorias;
Lenda amazônica;
Vaqueirada;
Galera;
Coreografia; e
Organização do conjunto folclórico.

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