Situação gerou prejuízo de R$ 420 mil para o apicultor responsável pelo apiário no Distrito de Miraporanga, em Uberlândia. Instituto Mineiro de Agropecuária agora investiga origem da contaminação. Colmeias em propriedade rural de Miraporanga
Reprodução/TV Integração
O resultado do laudo do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) apontou que o uso inadequado do agrotóxico Tiametoxam foi o que causou a morte de 15 milhões de abelhas-africanas em um apiário que fica em uma propriedade rural do Distrito de Miraporanga, em Uberlândia, em dezembro de 2023.
Além de concluir a investigação, o IMA também abriu um processo investigativo para detectar a origem dessa contaminação, ou seja, para saber onde a substância foi utilizada. O objetivo é chegar aos envolvidos na aplicação irregular para que sejam responsabilizados.
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Segundo apurado pela TV Integração, a morte das 15 milhões de abelhas-africanas acarretou um prejuízo de R$ 420 mil para o apicultor responsável pelo apiário, Ricardo Hemsin. De 2010 até o fim de 2023, o apicultor perdeu quase seis mil colmeias, o que pode chegar a 360 milhões de abelhas mortas.
Em dezembro de 2023, o IMA esteve na propriedade rural e recolheu amostras das abelhas que foram analisadas no Laboratório de Análise de Resíduos e Agrotóxicos da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um boletim de ocorrência também foi registrado pela Polícia Militar de Meio Ambiente.
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Reprodução/Tv Integração
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Uso do Tiametoxan
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o tiametoxam é um neonicotinóide, inseticida à base de nicotina, que afeta o sistema nervoso central das abelhas, desorientando-as a ponto de não conseguirem retornar para as colmeias.
Segundo estudos, a substância também afeta a aprendizagem dos insetos polinizadores, além de seus sistemas digestivos, reprodutivos e imunológicos, entre outros. Em muitos casos, leva os animais à morte.
O uso já era proibido na época da florada para as abelhas, mas, após o incidente em Miraporanga, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proibiu também o uso dessa substância para pulverizações, por tratores ou aviões agrícolas.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 23 de fevereiro, após reavaliação ambiental do agrotóxico.
A decisão reforça também restrições de uso da substância em uma série de cultivos devido à falta de informações técnico-científicas que eliminem a hipótese de risco ambiental.
Com as novas medidas, o uso do tiametoxam como ingrediente ativo deixará de ser autorizado em 10 culturas. Entre elas, batata, berinjela, cebola e eucalipto, por exemplo.
Agora, o inseticida só pode ser utilizado diretamente no solo ou nas plantas. O descumprimento dessa determinação constitui crime ambiental.
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