Em contraste, houve aumento de mortes de crianças e adolescentes até 14 anos. Dados foram divulgados nesta quarta-feira (27) pelo instituto.
Em 2022, o Brasil registrou queda de 15,8% nos registros de mortes na comparação com 2021. O recuo é o primeiro desde o início da pandemia de Covid, segundo a Pesquisa de Registros Civis divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (27).
Em números absolutos, foram registradas 1.524.731 mortes 2022, 15,8% menos que os 1.786.347 de 2021, que marcou o pico da pandemia, mas ainda superior ao patamar dos anos anteriores à Covid, quando esse número girava entre 1,1 milhão e 1,3 milhão.
“Olhando a série histórica desde que começou a pandemia, esse é o 5º valor mais alto. Isso chama a atenção. Janeiro de 2022 realmente foi um mês problemático”, afirma Klivia Brayner de Oliveira, gerente da pesquisa Estatísticas do Registro Civil.
Os dados mês a mês mostram o impacto da Covid nas mortes registradas.
Em janeiro de 2022 teve mais mortes que janeiro de 2021. Naquele mês, em 2022, o Brasil voltou a bater recorde de casos e a média de mortes cresceu, em 14 dias, quase 130%. No último dia de janeiro, a média móvel de mortes ficou acima de 500 pelo 3º dia seguido.
A queda de mortes em 2022 na comparação com 2021 começa a partir de fevereiro.
Mortes em 2022 cresceram entre crianças e adolescentes de até 14 anos
Em 2022, quase todas as faixas etárias tiveram recuo no número de mortes registradas. A exceção está nas que vão de 0 até 14 anos. Em todas elas, houve aumento (veja no infográfico abaixo).
Segundo Karla Oliveira, dados de outras bases que não pertencem ao IBGE sugerem que essa divergência pode decorrer de um maior número de mortes de crianças e adolescentes por conta de doenças respiratórias em 2022.
Os maiores recuos em registros de mortes, por outro lado, ocorreram nas faixas que vão de 45 a 54 anos.
Casamentos homoafetivos crescem mais rápido que os heterossexuais
Os dados divulgados nesta quarta (27) também indicam que o número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo cresceu 20% em 2022, cinco vezes o índice de 4% registrado entre os heterossexuais na comparação com 2021.
O levantamento considera apenas os casamentos civis registrados em cartório, e não as uniões estáveis.
🌈 Foram 11 mil registros de casamentos homoafetivos em 2022, maior valor desde a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que garantiu o direito à população LGBTQIA+ ao casamento civil em 2013. Os casais entre mulheres representam 60% do total (veja mais no gráfico acima).
💍O número total de casamentos subiu 4% no país, de 932.502 para 970.041. Mas, o valor ainda está abaixo da média anual registrada antes da pandemia, que era de cerca de 1 milhão entre os anos de 2015 e 2019. A média geral de casamentos vem caindo gradativamente no país.
O número total de divórcios no país em 2022 — 420 mil — cresceu 8,6% em relação ao total contabilizado em 2021 (387 mil).
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Veja o número de nascimentos, mortes, casamentos e divórcios em 2022