Condutor sem habilitação foi detido por embriaguez ao volante e homicídio culposo na direção de veículo automotor. Ele atropelou Bruna Magalhães Jurasky, de 36 anos, em São Vicente (SP). Bruna Magalhães Jurasky (à esquerda) e Ruan Malavazi Gois (à direita)
Reprodução/Redes Sociais
O motorista Ruan Malavazi Gois, de 32 anos, que publicou um vídeo consumindo bebida alcoólica horas antes de atropelar e matar a soldado da PM Bruna Magalhães Jurasky, de 36, em São Vicente, no litoral paulista, continuará preso. Conforme apurado pelo g1 junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), a prisão em flagrante foi convertida para preventiva em audiência de custódia.
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Bruna pilotava uma motocicleta e seguia rumo ao trabalho, em Cubatão (SP). Por volta das 4h30 de sábado (17), no entanto, foi atingida frontalmente por Ruan. A vítima foi socorrida ao Pronto-socorro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu naquele mesmo dia.
O motorista, que não tem habilitação, bateu na vítima ao invadir a pista na contramão na altura do km 286 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Ruan foi preso por embriaguez ao volante e homicídio culposo [quando não há intenção de matar] .
A prisão preventiva é uma medida cautelar utilizada para manter o acusado detido em uma unidade prisional, antes de uma sentença definitiva. Segundo o TJ-SP, ela foi decretada durante a audiência de custódia no domingo (18).
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que Ruan está no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente.
Versão do motorista
Vídeo mostra motorista que atropelou soldado bebendo com amigos horas antes do crime
De acordo com o boletim de ocorrência, Ruan apresentava sinais de embriaguez, como odor etílico e olhos avermelhados. O condutor do veículo, no entanto, se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Em interrogatório na delegacia, ainda segundo o BO, o motorista informou que estava saindo da casa de uma namorada, no bairro Jardim Rio Branco. Ele alegou que a neblina fez com que entrasse na pista errada da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega e colidisse de frente com a motocicleta da vítima.
Ruan confirmou não ser habilitado, mas disse que prestou todo o socorro à vítima e não estava alcoolizado. No entanto, conforme relatado no registro policial, o indiciado não prestou apoio à Bruna, tendo em vista que não foi ele quem acionou o 190 para informar sobre o acidente.
Ruan Malavazi Gois estava em comemoração com grupo horas antes do atropelamento
Redes sociais
O artigo 301 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estabelece que um condutor que prestar socorro imediato e completo à vítima de um acidente não pode ser detido em flagrante e nem ser exigido a pagar fiança. Mas, diante dos fatos, a prisão em flagrante foi decretada pela Polícia Civil, sendo convertida à preventiva pelo Poder Judiciário.
Vídeo
Horas antes do acidente, o motorista que invadiu a pista contrária e atropelou a soldado publicou um vídeo enchendo um copo, diante de uma mesa com diversas garrafas de bebidas alcoólicas (assista acima).
Atrás do motorista, uma mulher aparece com duas crianças, além de outros três homens. Gois estava bebendo em frente ao mesmo carro que dirigia quando atropelou a vítima. Com base nas informações divulgadas pelo homem nas redes sociais, ele é natural de São Paulo e mora na capital paulista.
Soldado da PM morreu após ser atingida por homem embriagado, sem habilitação e que estava na contramão
PM/Divulgação
O caso
Segundo a PM, Bruna pilotava um motocicleta e estava a caminho do trabalho, em Cubatão. Ela foi atropelada por um veículo que seguia na contramão por volta das 4h30 de sábado (17), no km 286 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em São Vicente.
O condutor do carro não tinha habilitação e foi preso em flagrante. O caso foi registrado como embriaguez ao volante e homicídio culposo [quando não há a intenção de matar] na direção de veículo automotor na Delegacia de São Vicente.
O g1 apurou que Bruna atuava na 4ª Cia do 21° Batalhão de Polícia Militar do Interior e estava de folga naquele dia, mas decidiu fazer jornada extra. Depois da colisão frontal, a vítima foi socorrida ao Pronto-socorro de Cubatão, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na tarde de sábado.
Bruna Jurasky morreu a caminho do trabalho na Baixada Santista (SP)
Redes sociais
Sepultamento
A Polícia Militar lamentou a morte da soldado e prestou condolências à família, aos amigos e colegas de trabalho, bem como à comunidade policial militar. A agente deixou o marido e dois filhos pequenos.
O velório e sepultamento de Bruna foram realizados no domingo (18).
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