9 de janeiro de 2025

MP abre ação contra o estado de SP após problema de distribuição de medicamentos para diabéticos se agravar em Sorocaba

Caso foi pra Justiça após inquérito civil acompanhar problemas na distribuição desde 2019. MP entra com ação na Justiça contra o estado por problemas na distribuição de medicamentos em Sorocaba (SP)
Peejhunt/Pixabay
O Ministério Público está movendo uma ação civil pública contra o estado de São Paulo devido ao agravamento dos problemas na distribuição de medicamentos para diabéticos em Sorocaba (SP).
A situação é investigada desde 2019 por meio de um inquérito aberto pela promotora Cristina Palma. Como o problema piorou nos últimos anos, o inquérito evoluiu para ação, procedimento que busca proteger o patrimônio público e garantir direitos sociais da população.
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No procedimento investigativo, o Departamento de Saúde informou que o panorama da falta de medicamentos e insumos já era bastante crítico e preocupante no município. Disse ainda que todos os itens essenciais para o controle dos pacientes diabéticos estavam em situação irregular pela desarmonia entre o estoque e o consumo mensal.
A promotora ressalta que a maioria desses itens ainda estava em processo de compra e outros estavam para ser entregues, contudo, mesmo os medicamentos que seriam remanejados, não seriam suficientes para suprir a demanda.
“Ainda em outubro de 2019, o cenário continuava o mesmo, 3.440 demandas ativas de ações judiciais e solicitações administrativas das quais, os pacientes aguardavam de forma angustiante, lembra Cristina Palma.
Segundo o estado de SP, o percentual de entrega de medicamentos para pacientes diabéticos de Sorocaba foi o seguinte:
2017 – 99,67%;
2018 – 87,66%;
2019 – 100%;
2020 – 99,99%;
2021- 87,05%.
Em 2022 e 2023, a situação ficou ainda mais precária. Em outubro de 2023, por exemplo, a Associação dos Diabéticos comunicou que seria o terceiro mês seguido que faltavam praticamente todos os insumos básicos: insulina, reservatório de insulina, conjunto de infusão e sensor de glicemia.
“Tal situação, indiscutivelmente, viola o direito à vida e à saúde, na medida em que não lhes é fornecido o acompanhamento adequado para o seu saudável desenvolvimento. A falta de insumos e medicamentos aos doentes, devido ao número reduzido de profissionais e as falhas administrativas configura um verdadeiro descaso do poder público com essa parcela da população”, afirmou a promotora Palma.
O processo ainda solicitou que a Justiça determinasse ao estado disponibilizar todos os medicamentos e insumos para os pacientes que comprovem, mediante receita e laudo médico, a necessidade de tratamento da diabetes, no prazo improrrogável de 30 dias.
Outro pedido era para que o estado promovesse os planejamentos antecipados, estudos e levantamentos estatísticos e orçamentários para a compra de todos os medicamentos e insumos necessários ao tratamento nos estabelecimentos de saúde administrados pelos requeridos com o objetivo de evitar qualquer tipo de atraso na entrega destes e garantir que haja sempre estoques compatíveis com o consumo mensal.
Em fevereiro, o magistrado Alexandre de Mello Guerra negou a liminar por entender que o estado deveria se manifestar na ação.
O que diz o estado
Questionada sobre a ação, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que foi notificada sobre a tramitação e que está realizando um levantamento para análise.
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