Madson Cameli é assessor do deputado estadual Clodoaldo Rodrigues e atual noivo da vice-governadora Mailza Assis. Na época em que o vídeo foi gravado, em janeiro de 2023, ele era casado com Melissa Sampaio, que o acusa de agredi-la física e verbalmente. Ele negou por meio de nota. Vídeo mostra assessor de deputado, Madson Cameli, pedindo desculpas por suposta agressão à ex-mulher no Acre
O Ministério Público do Acre (MP-AC) divulgou, nesta sexta-feira (23), que irá acompanhar o inquérito que investiga o assessor parlamentar, Madson Cameli, por lesão corporal grave e violência psicológica contra a ex-mulher, Melissa Sampaio, de 43 anos. Atualmente, ele é noivo da vice-governadora Mailza Assis e trabalha com o deputado estadual Clodoaldo Rodrigues (Republicanos). Em nota, o homem nega as acusações.
O caso repercutiu nas redes sociais nesta semana após circular um vídeo onde eles discutem e ele diz ‘se eu te bati, desculpa’ . As imagens são de janeiro do ano passado. (Veja acima)
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No vídeo, é possível perceber que Melissa está chorando e diz para ele que não precisa bater nela. Ela também o questiona se é batendo que faz uma pessoa entender a outra. Neste momento, Madson diz que está conversando com ela há bastante tempo.
De acordo com o MP-AC, que acompanha o caso por meio do Centro de Atendimento à Vítima (CAV), foi prestada a assistência integral a ela, que inclui apoio psicológico, além de orientação, informação e acompanhamento para garantir que os seus direitos sejam protegidos durante todo o processo.
Em entrevista ao g1, Melissa confirmou o atendimento e o apoio do órgão. O inquérito está sob análise da promotoria competente em Cruzeiro do Sul.
“Me prestaram todo apoio. Inclusive, graças a eles, me foi concedida medida protetiva que foi negada início do ano, mas ainda não fui notificada sobre a medida”, explica.
Após a repercussão do vídeo, a vice-governadora Mailza divulgou uma nota de esclarecimento afirmando que respeita a liberdade de expressão, os direitos e defesa da pessoa humana. (Confira a nota completa no final da reportagem)
Relato
Melissa conta que mora em Cruzeiro do Sul e foi casada com Madson por quase sete anos. Durante esse período, sofreu agressões físicas e psicológicas e anexou as provas no processo aberto na Polícia Civil, que corre em segredo de justiça.
Ao g1, o delegado responsável pelo caso, Renan Santana, disse que o inquérito já foi encaminhado ao judiciário e ele não quis se pronunciar sobre o caso.
A vítima confirmou que, em seu depoimento à polícia, contou o que aconteceu no dia em que o vídeo foi gravado, em janeiro de 2023. Ela conta que Madson a agrediu com golpes de artes marciais, pois ele é lutador de jiu-jitsu e aplicava golpes de mata-leão nela, agredindo-a na frente do filho do casal.
“Essa agressão foi no início de 2023 e o vídeo que está cortado fala por si só. O vídeo integral me fere demais e não quero falar sobre esse dia de humilhação”, resumiu ela ao g1.
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Madson Cameli é noivo da vice-governadora do Acre e é acusado de agressão pela ex-mulher
Arquivo pessoal
No depoimento, a mulher explica que o assessor fingia ser o marido perfeito na frente de outras pessoas e na igreja, mas em casa se transformava. O homem justificava as agressões dizendo que a culpa era dela e afirmando que a ex-mulher precisava de tratamento psiquiátrico.
Questionada sobre o que espera com a conclusão do processo, Melissa assegura que quer “justiça”.
O outro lado
O assessor parlamentar divulgou uma nota, através do advogado que o representa, Marcus Venicius Nunes da Silva, onde nega as agressões e diz que as acusações de Melissa são motivadas por sentimento de vingança e insatisfação com o novo relacionamento do ex-companheiro, que está noivo.
As alegações surgiram em um contexto de término de relacionamento, onde há indícios claros de que a acusação foi motivada por sentimento de vingança e insatisfação com o novo relacionamento do ex-companheiro. As alegações, ainda, revelam, infelizmente, um contexto político, dado que Madson é noivo da vice-governadora, complementa.
O g1 tentou contato com o deputado Clodoaldo Rodrigues, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Nota de esclarecimento de Madson Cameli
Em resposta às recentes acusações de violência doméstica feitas contra Madson de Castro Camili, gostaríamos de ressaltar que a Lei Maria da Penha é uma conquista histórica e essencial na proteção das mulheres contra abusos e violência. O respeito a essa lei é inegociável, e todas as denúncias devem ser apuradas com rigor e seriedade.
Contudo, neste caso específico, as alegações surgiram em um contexto de término de relacionamento, onde há indícios claros de que a acusação foi motivada por sentimento de vingança e insatisfação com o novo relacionamento do ex-companheiro. As alegações, ainda, revelam, infelizmente, um contexto político, dado que Madson é noivo da vice-governadora.
É essencial lembrar que nosso sistema jurídico é baseado no princípio da presunção de inocência. Isso significa que toda pessoa acusada tem o direito de ser considerada inocente até que se prove o contrário, dentro do devido processo legal.
Reafirmamos que Madson de Castro Camili está comprometido com a verdade e com o processo legal, e temos plena confiança de que os fatos serão esclarecidos em tempo oportuno, assegurando que a justiça prevaleça.
Queremos alertar que a opinião pública não deve se deixar levar por narrativas inverídicas ou descontextualizadas promovidas por determinados setores da imprensa e redes sociais. A verdade será apurada nos devidos foros, e confiamos plenamente que os fatosserão esclarecidos, restabelecendo a justiça e a honra do nosso cliente.
A Lei Maria da Penha foi criada para proteger e amparar as vítimas reais de violência doméstica, e não para ser utilizada como instrumento de vingança. Seguiremos colaborando com as autoridades competentes para que a verdade seja plenamente apurada e a justiça feita.
21 de agosto de 2024
Marcus Venicius Nunes da Silva
Nota da vice-governadora Mailza Assis
Amigos,
Minha trajetória como mulher tem princípios e valores incutidos por mulheres fortes como a minha avó e minha mãe. Tenho me esforçado ao longo da vida, inclusive pública, para honrar esses ensinamentos.
Como mulher, mãe, amiga, gestora pública, me solidarizo com todas as mulheres que são desrespeitadas e tenho demonstrado isso nas minhas ações, através da trajetória política, desde meu mandato de Senadora, marcada pelo apoio, defesa e combate à violência contra mulheres.
Sigo trabalhando, respeitando a liberdade de expressão, os direitos e defesa da pessoa humana e as prerrogativas legais das autoridades competentes no tocante a investigação deste caso noticiado pela mídia acreana nesta quarta-feira, 21 de agosto de 2024.
Mailza Assis.
Veja como denunciar casos de violência contra a mulher:
Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
Qualquer delegacia de polícia;
Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
Ministério Público;
Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
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