28 de dezembro de 2024

MP denuncia presidente da Academia Friburguense de Letras por racismo contra judeus

Maria Janaína Correa é acusada de ofender e atacar judeus e a comunidade judaica, com publicações em redes sociais. O Ministério Público estadual do Rio de Janeiro denunciou a presidente da Academia Friburguense de Letras, Maria Janaína Botelho Correa, por crime de racismo, ao cometer racismo contra judeus.
A denúncia foi feita dia 26. Janaína é acusada de ofender e atacar judeus e a comunidade judaica, com publicações em redes sociais.
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância do Rio de Janeiro (Decradi) já tinha indiciado a professora. Uma notícia-crime da Confederação Israelita do Brasil (Conib) apontou o caso praticado nas redes.
De acordo com a denúncia, “no período compreendido entre os dias 09 de dezembro de 2023 e 21 de fevereiro de 2024, nesta cidade, a denunciada, agindo de forma livre, consciente e voluntária, praticou e incitou, por meio das redes sociais, a discriminação e o preconceito contra raça”.
Segundo a legislação brasileira, “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” é crime e sujeito a pena de prisão de um a três anos e multa.
Presidente da Academia Friburguense de Letras é denunciada por intolerância religiosa contra judeus
Reprodução
Além de ser a atual presidente da Academia Friburguense de Letras, Janaína também foi professora da Universidade Candido Mendes, onde deu aulas de História Geral do Direito, História do Direito Brasileiro e História da Alimentação.
De acordo com a denúncia da promotora Letícia Martins Galliez, a professora possui um perfil em rede social e através dele passou a fazer comentários de conteúdo antissemitista, nos perfis de outros usuários, disseminando a discriminação e o preconceito contra o povo judeu.
Erro material na digitação
Sobre a frase: “Eu também sou antissemita, e daí?”, Janaína argumentou em seu depoimento que houve um erro material na digitação. Segundo ela, sua intenção era escrever: “antissionista”.
“Eu dei azar. Não tenho experiência com as redes sociais. Eu não sou antissemita, foi um erro de digitação. Eu peço desculpas. A minha posição era contra o sionismo, mas eu dei azar e a postagem saiu ‘antissemita’ e não ‘antissionista'”, comentou Janaína.
Já sobre as outras declarações, Janaína alegou que sua intenção foi de externar a posição crítica ao sionismo e a extrema direita.
A professora declarou aos investigadores que sabe que a intolerância religiosa é crime e disse estar ciente de sua responsabilidade.
A presidente da Academia Friburguense de Letras ainda se desculpou pelas declarações e pediu compreensão à comunidade judaica.
“Eu realmente lamento essa minha inexperiência de rede social. Eu não tenho milhares de seguidores, mas gosto de mostrar meu trabalho e nunca tive nenhum discurso de ódio. Como que uma palavra de grafia errada, de escrita errada, pode ser maior do que anos de trabalhos publicados? O meu trabalho me absolve de tudo isso. Eu não sou antissemita”, afirmou a professora ao g1, depois de citar uma série de trabalhos de memória dos povos judeus em Nova Friburgo.

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