Problemas como a falta de antibióticos foram encontrados durante fiscalização do Sindicato dos Médicos do Piauí. MP deu prazo de 30 dias para que a Fundação Municipal de Saúde cumpra a recomendação. Irregularidades são encontradas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Promorar
O Ministério Público do Piauí (MPPI) recomendou, no último dia 28 de maio, que a Fundação Municipal de Saúde (FMS) ajuste uma série de irregularidades encontradas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Promorar, na Zona Sul de Teresina. O prazo estipulado para o cumprimento é de 30 dias.
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As recomendações são documentos emitidos pelos membros do Ministério Público a órgãos públicos para que cumpram dispositivos constitucionais ou legais. As recomendações servem para chamar a atenção dos órgãos sobre normas, para que essas questões sejam sanadas, e assim se evite que o assunto seja judicializado.
Os problemas foram encontrados durante uma fiscalização do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi), realizada em 24 de maio. O Simepi produziu um relatório, que embasou a decisão do MPPI.
Os problemas listados pelo Simepi são:
Desabastecimento de medicamentos e insumos;
Déficit na estrutura física e de pessoal;
Superlotação, com pacientes expostos em macas nos corredores;
Demora na regulação de pacientes;
Consultórios médicos precários e enfermarias fechadas;
Ar-condicionado e fechaduras das portas sem manutenção;
Torneiras quebradas, lâmpadas queimadas e elevadores danificados;
Mofo, infiltrações e forte odor na Sala Verde;
Cadeiras de atendimento sem ergonomia (ou seja, sem encosto, altura regulável e/ou braços);
Relatos de assédio moral aos médicos para aumentarem atendimentos;
Demissão de médicos e servidores sem motivação e prévia notificação;
Relatos de furtos no interior e nos arredores da UPA;
Repouso dos profissionais sem lençóis, com colchões rasgados e camas quebradas em número insuficiente.
Procurada pelo g1, a FMS informou que irá “se pronunciar nos autos do processo quando for notificada”.
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Divulgação/Simepi
De acordo com o sindicato, a falta de papel para impressão no aparelho de eletrocardiograma também leva os pacientes a tirarem fotos ou filmarem o monitor durante a realização de exames, o que impossibilita a avaliação médica.
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Ao g1, o vice-presidente do Simepi, Samuel Rêgo, afirmou que há medicamentos em falta não somente na UPA do Promorar, mas em toda a rede de saúde municipal.
“Quando tem remédios, eles vêm em pequena quantidade e logo acabam. Pessoas estão morrendo pela ausência de antibióticos e outras medicações importantes na condução de caos graves”, apontou o médico.
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Divulgação/Simepi
O médico alegou ainda que duas médicas pediatras da UPA do Promorar tiraram licença-maternidade e, ao voltarem ao trabalho, foram sumariamente demitidas sem motivação.
“A situação é tão grave que nem havia outros pediatras para substituí-las, então a escala ficou descoberta. Por este caso e outros que recebemos, entendemos a importância de cobrar o concurso público para dar estabilidade aos servidores da saúde”, completou o vice-presidente do Simepi.
UPA do bairro Promorar, na Zona Sul de Teresina
Catarina Costa/g1
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