7 de janeiro de 2025

Mudanças climáticas e democratização do espaço público são discutidos em seminário do G20 no Museu do Amanhã

Especialistas ressaltam a importância função social do patrimônio e a necessidade de revitalização de espaços públicos como o Jardim de Alah. Evento no RJ discute mudanças do clima e democratização do espaço público
As mudanças climáticas e a democratização do espaço público são debatidas, nesta terça-feira (4), em um seminário que acontece no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
As discussões fazem parte do calendário da cúpula do G20, encontro das maiores economias do mundo que acontece em novembro, na capital fluminense.
A tragédia que devastou o Rio Grande do Sul foi um dos temas comentados por especialistas. O arquiteto e urbanista Sérgio Magalhães diz que, mesmo em uma situação tão dramática, é possível aprender.
“Eu acho muito oportuno esse seminário justamente depois dessa experiência tão dramática no Rio Grande do Sul. Nós temos muita coisa a aprender. Nós já sabemos bastante, sabemos como evitar, como melhorar, precisamos da prática para isso. Num seminário desses, que mostra tantas interpretações importantes, nos ajuda muito sob esse aspecto”, fala Sérgio Magalhães.
“Projetos urbanísticos de qualidade, como nós vimos aqui, também fazem uma experiência nova que precisa ser considerada, de que o Rio Grande do Sul está abrindo um caminho que o Brasil possa trilhar. Um caminho de responsabilidade, de respeito ao ambiente e novas interpretações sobre a questão urbana”, completou.
Para Magalhães, um dos desafios no RJ é recuperar espaços danificados.
“Nós vimos aqui uma resposta importante. Nós precisamos manter o que já conquistamos. Uma das dificuldades grandes é justamente isso. Nós precisamos oferecer os projetos, recuperar aquilo que está em decadência, melhorar aquilo e construir o novo em cima dessa experiência. É uma responsabilidade importante, é um caminho muito bom e acho que o Rio de Janeiro tem muito a mostrar.”
Revitalização do Jardim de Alah
Imagem aérea do novo projeto do Jardim de Alah
Divulgação/Rio + Verde
Já Miguel Pinto Guimarães, um dos arquitetos responsáveis pela revitalização do Jardim de Alah, destacou que um dos objetivos do projeto é “trazer de volta o usuário para o espaço público.”
O local fica em uma área nobre da cidade, entre Ipanema e Leblon, e próximo à Cruzada São Sebastião, conjunto habitacional com 945 apartamentos que abriga moradores de baixa renda.
“A gente tem a obrigação, como urbanista, de trazer a vida de volta ao espaço público. Quando você fala revitalizar é trazer vida, é trazer o uso, é trazer pessoas diversas, pessoas do Leblon, de Ipanema, da Cruzada, moradores de outras regiões da cidade para usar aquela estação do metrô. Turistas, pessoas de outros países, então, o Rio de Janeiro tem essa vocação. A praia, talvez, seja o maior espaço democrático do mundo. O Jardim de Alah é uma extensão da praia, ele tem essa vocação democrática.”
“Então, a gente precisa realmente discutir essa democratização do espaço público e a função social do patrimônio. O patrimônio tem uma função social. Ele é feito para ser usufruído por gerações futuras. Então, a gente pretende nesse projeto deixar um legado, com a lembrança, óbvio, do projeto original, mas a gente quer fazer um projeto transformador e deixar um legado para essa cidade.”
O projeto está em fase de licenciamento. A previsão é que após essa etapa, prevista para terminar até o meio deste ano, a obra comece e, em menos de 2 anos, o Jardim de Alah seja devolvido à população revitalizado e renovado.
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Imagem do novo projeto do Jardim de Alah
Divulgação/Rio + Verde

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