15 de novembro de 2024

Muito além do ‘alerta vermelho’: conheça as outras cores de notificações da Interpol

Organização de cooperação internacional conta, por exemplo, com a difusão amarela, para pessoas desaparecidas, e a negra, para informações sobre cadáveres não identificados. Primeiro brasileiro a chefiar Interpol em mais de 100 anos quer modernizar organização
Depois de um alerta vermelho da Interpol, um agente do FBI (a Polícia Federal dos Estados Unidos) é acionado e vai atrás dos dois ladrões de arte mais procurados do mundo. O que ele não sabia é que tudo não passava de um plano elaborado pelos próprios “vilões”, que desejavam usá-lo para chegar aos valiosíssimos ovos da Cleópatra, artefatos da última rainha do Egito e de paradeiro desconhecido.
🗺️ A sinopse acima, do filme “Alerta vermelho” (2019), é pura ficção, mas mostra como os alarmes da Interpol estão no imaginário popular. Quando ouvimos falar desta que é a maior organização policial do mundo, uma das primeiras associações que vêm à mente são as notificações internacionais emitidas para localizar e prender pessoas procuradas ao redor do planeta.
🔴 A primeira emissão do alerta vermelho da história data de 1947. Objetivo: tentar encontrar um russo acusado pelo assassinato de um policial.
“Isso é o trabalho que foi, na verdade, a causa da criação da Interpol”, contou, em entrevista ao g1, Valdecy Urquiza, delegado da Polícia Federal que será o primeiro brasileiro a chefiar a organização. Leia a entrevista completa.
📋 Além da “difusão vermelha” (o termo técnico e oficial), a Interpol tem diversos outros sinais – cada qual com sua finalidade (e cor) específica. Veja todas no infográfico abaixo:
Muito além do ‘alerta vermelho’ – conheça todas as difusões da Interpol.
Juan Silva/g1
Como o sistema foi criado
O arquivo da difusão vermelha foi o primeiro banco de dados da Interpol, criado originalmente de forma analógica.
📑 O sistema de registros era feito com fichas de cartolina classificadas por nomes (arquivadas tanto em ordem alfabética quanto fonética), documentos legais (como dados pessoais e números de matrícula de veículos) e crimes (classificados por tipo e por local).
💾 Na década de 1980, os registros foram informatizados. Atualmente, a organização possui 19 bancos de dados à disposição das polícias do mundo, entre eles, de impressões digitais, perfis de DNA, documentos falsificados e obras de arte, por exemplo.
📲 Segundo os dados disponibilizados pela Interpol, até dezembro de 2023, havia 124.741 notificações vigentes, sendo:
74.224 da difusão vermelha;
18.179 da azul;
16.394 da amarela;
12.400 da verde; 2.237 da negra;
624 da roxa;
612 da especial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU);
e 71 da laranja.
Os bancos de dados da Interpol eram analógicos até a década de 1980, quando foram informatizados
Interpol/Divulgação
Brasileiro quer modernizar ainda mais organização
Ao g1, Valdecy Urquiza, que terá assumirá o cargo mais alto da Interpol em novembro, deseja que modernização da organização seja uma das marcas de sua gestão.
💻 “Precisamos investir muito em adoção de novas tecnologias dentro da própria organização, impulsionar ainda mais a atividade de inovação tecnológica de forma que a gente consiga oferecer mais ferramentas para os países, especialmente para aqueles países em desenvolvimento”, afirma ele.
📚 Desde 2015, a Interpol conta com um complexo global para inovação tecnológica, localizado em Singapura. Lá, policiais de todo o mundo são enviados para capacitações, especialmente no combate a crimes cibernéticos.
▶️ Para a pesquisa de soluções e identificação de novas ameaças, a organização também tem feito parcerias com instituições privadas.
📌 “O que se tem visto hoje, na atividade policial, é que os dados que são necessários para investigações estão com empresas privadas, com provedores de serviços na internet”, diz Urquiza. “E, aí, é essencial que se tenha uma parceria forte com instituições privadas que possam ajudar no desenvolvimento dessas ferramentas, no desenvolvimento dessas técnicas.”

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