Câmeras de segurança registraram mulher com sacola onde colocou a placenta. Caso foi em hotel de Pacaraima, ao Norte de Roraima. Câmeras de segurança registraram mulher com sacola em que placenta foi colocada para ser descartada, segundo delegado
Arquivo pessoal
Uma mulher de 29 anos foi indiciada por aborto e ocultação de cadáver pela Polícia Civil após abortar e tentar descartar o feto no vaso sanitário de um hotel em Pacaraima, município ao Norte de Roraima. O g1 teve acesso ao caso nesta quinta-feira (30).
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A mulher estava hospedada sozinha no hotel quando ocorreu o caso. Ela teve um sangramento durante madrugada do dia 9 de outubro e tentou dar descarga, mas o feto entupiu o vaso. Nisso, pegou a placenta, colocou numa sacola e descartou no lixo n rua, segundo o delegado responsável pela investigação, Valdir Tomasi Rosa.
O caso foi descoberto após o gerente do hotel, ainda conforme o delegado, encontrar o quarto com marcas de sangue e o vaso entupido. Ele comunicou à Polícia Civil de Pacaraima, que abriu investigação.
Câmeras de segurança do hotel registraram a mulher com a sacola onde ela colocou a placenta e saindo do hotel pela manhã. A placenta foi localizada em um lixo na rua, disse o delegado.
Em depoimento à Polícia Civil, a mulher afirmou que não sabia que estava grávida. Ela disse que começou a sentir dores na noite do dia 8 de outubro e, por volta das 2h do dia 9, teve um intenso sangramento e foi ao banheiro.
Segundo ela, o vaso sanitário entupiu e, ao perceber que algo havia saído de seu corpo, colocou o material na sacola e o descartou sem saber exatamente o que era.
No dia seguinte, contou a uma amiga sobre o ocorrido e tentou buscar atendimento médico na Venezuela, mas não realizou exames no país vizinho devido ao alto custo. Posteriormente, recebeu ajuda e foi levada à maternidade de Boa Vista, onde foi informada pelos médicos de que havia sofrido um aborto.
Ela não soube dizer o motivo de ter jogado o material no lixo e justificou que “não pensou no que estava fazendo”.
Durante as investigações, a mulher passou por exames periciais. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) atestou que ela havia passado por um processo de aborto e que a gravidez interrompida tinha entre 3 a 4 meses. Segundo o documento, não foi possível afirmar se o aborto foi espontâneo ou provocado, pois não foram identificados sinais de intervenção direta no útero.
A mulher foi indiciada porque, na avaliação do delegado, ela agiu com tranquilidade “colocou resto da placenta em uma sacola e a jogou no lixo” e “puxou a descarga e entupiu o vazo com o feto, caracterizando assim indícios suficientes da prática do crime de ocultação de cadáver”.
Com o inquérito concluído e o indiciamento da mulher em dezembro do ano passado, o caso foi enviado ao Ministério Público de Roraima para análise.
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