Embora seja proibida, a “guerra de espadas” é uma tradição do período junino do município de Senhor do Bonfim, na região norte, onde material foi encontrado. Espadas foram apreendidas em Senhor do Bonfim, no norte baiano
Ascom/PC-BA
Uma mulher foi presa em flagrante no sábado (15), por venda ilegal de artefatos explosivos conhecidos popularmente como “espadas”. O material foi encontrado na cidade de Senhor do Bonfim, no norte da Bahia.
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De acordo com a Polícia Civil, 73 unidades foram apreendidas em um imóvel no bairro Santos Dumont, após denúncias anônimas.
A mulher que foi presa não teve nome divulgado. Conforme a PC, ela passou por exames de lesão corporal e foi encaminhada ao Conjunto Penal de Juazeiro, onde permanece à disposição da Justiça.
Embora seja proibida, a “guerra de espadas” é uma tradição do período junino do município, que é conhecido como “capital baiana do forró” e realiza uma das maiores festas de São João na Bahia.
Senhor do Bonfim tem uma Associação Cultural de Espadeiros, que defende e preserva a prática, cujos primeiros registros datam dos anos 30. Em 2019, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux proibiu a guerra de espadas na cidade. A entidade tentou vários recursos contra a decisão judicial, porém, não obteve êxito.
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Guerra de espadas na Bahia
Guerra de ‘espadas’ em Senhor do Bonfim, no São João de 2022
Reprodução/TV São Francisco
A “guerra de espadas” é tradicional em festejos juninos de cidades baianas que realizam grandes festas, como Muritiba e Cruz das Almas, ambas no recôncavo. Mesmo com a proibição, que está em vigor em todo o território baiano desde 2017, os chamados “espadeiros” costumam se reunir em datas e locais previamente agendados para soltar os artefatos, que podem causar ferimetnos graves.
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Na última terça-feira (11), o Ministério Público da Bahia recomendou que o município de Governador Mangabeira, também no recôncavo, adote providências para impedir o uso desses tipos de fogos de artifício durante o São João e os festejos de Dois de Julho, quando é celebrada a Independência do Brasil na Bahia.
A recomendação também foi encaminhada às polícias Civil e Militar para que sejam realizadas diligências para clocalizar depósitos, fabricantes, vendedores e compradores do artefato no município, com a devida apreensão do material eventualmente encontrado.
As mesmas recomendações deverão ser repassadas pelo órgão nos próximos dias para prefeituras de outras cidades baianas. No texto enviado para Governador Mangabeira, a promotora de Justiça Horthênsia Leão destacou que “é crime fabricar, possuir ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, com previsão de pena de três a seis anos de prisão”.
Casos recentes
Homem é preso e fábricas clandestinas de fogos de artifício são fechadas no interior da Bahia
Na última quinta-feira (13), um homem foi preso em Santo Antônio de Jesus, no recôncavo, por suspeita de comandar a produção clandestina de fogos de artifício em quatro propriedades rurais do município. A prisão aconteceu durante ação da Coordenação de Fiscalização de produtos Controlados (CFPC).
Na fiscalização, foram apreendidos 120 kg de pólvora a granel, 370 kg de nitrato de potássio e 18 metros cúbicos de fogos clandestinos. Segundo a polícia, todo o material serial vendido de forma irregular em feiras livres de Santo Antônio de Jesus e outras cidades baianas.
O suspeito, que não teve nome divulgado, foi encaminhado para a delegacia de Santo Antônio de Jesus, onde foi autuado em flagrante por posse, armazenamento e fabricação de artefato explosivo e incendiário. A pena varia de três a seis anos de reclusão. As fábricas clandestinas foram fechadas e o material será destruído.
Material foi encontrado na zona rural de Santo Antônio de Jesus
Polícia Civil
Além da prisão em Santo Antônio de Jesus, no mesmo dia uma feira de fogos foi interditada em Serrinha, a 180 km de Salvador, por não atender aos critérios mínimos necessários para armazenar e comercializar os produtos.
As fiscalizações e apreensões desse tipo de material são feitas para o cumprimento da sentença da Corte Intramericana de Direitos Humanos. A medida foi tomada após a explosão de uma fábrica clandestina em Santo Antônio de Jesus, em 1998. Na época, 64 pessoas morreram, entre elas crianças.
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