Adriano Franklin Dias foi vítima de incêndio durante apresentação em Cesário Lange (SP) e ficou mais de dois anos sem se apresentar. Hoje, arranjou uma forma de se apoiar no baixo e fazer música novamente. Baixista que ficou gravemente ferido em incêndio em Cesário Lange volta a tocar
A história de superação de um baixista do interior de São Paulo começa em uma de suas apresentações no município de Cesário Lange (SP), em 2022, quando ele foi vítima de um incêndio de grandes proporções. Dois anos depois, Adriano Franklin Dias voltou a tocar e criou uma forma inusitada de fazer os acordes.
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O artista, de 52 anos, se apresentava no local com sua banda quando o fogo começou. Ele teve 53% do corpo queimado. As queimaduras foram classificadas como de 2º e 3º graus nos braços, costas e couro cabeludo.
Ao g1, Adriano conta que, após o incêndio, foi atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Tatuí (SP). Em seguida, começou a ser tratado por meio do plano de saúde, mas o tratamento estava errado e lhe causou graves sequelas.
“Complicaram minha mobilidade para andar, até hoje faço fisioterapia. Eu fiquei muito tempo deitado, internado. Só de UTI foram seis meses no total, mais um ano internado. Tive um corte do tendão, meus dois cotovelos calcificaram, então não consigo dobrar meus braços e não consigo tocar por causa disso. Foi o maior dano porque a queimadura em si foi resolvida depois do enxerto de pele”, explica.
Adriano foi internado mais de 20 vezes após acidente no interior de SP
Reprodução/Instagram
Adriano foi internado mais de 20 vezes e precisou ser intubado na maioria delas. Segundo o artista, este procedimento prejudicou suas cordas vocais, mas ele voltou a cantar mesmo assim e, com o tempo, também precisou tentar voltar a tocar baixo.
Para ele, a música é uma necessidade mental e corporal e serve para extravasar a energia que as pessoas têm, conforme o som que lhes agrada, pois “a beleza da música está em como ela é diferente para cada pessoa”.
Baixista tem passagem por diversos programas de TV e participou de apresentações com diversos artistas
Reprodução/Instagram
‘Tudo que se aplica à minha vida é pela música’
Envolvido com a música desde os 13 anos, o músico, cantor e produtor musical de Sorocaba (SP) já participou de diversos programas televisivos e fez parcerias com outros artistas.
Na lista de programas dos quais ele já participou estão o do Raul Gil, Silvio Santos, Jô Soares, Celso Portiolli, “Altas Horas” e Ratinho. Roberta Miranda, Rick e Renner, Victor e Léo, Bruno e Marrone, Fernando e Sorocaba, e Chitãozinho & Xororó estão entre os artistas com quem ele já fez parcerias.
“Um músico ficar sem tocar é a mesma coisa de um pássaro não poder voar, porque a música, além de ser minha profissão, tudo que eu tenho, o sustento dos meus filhos, tudo que se aplica à minha vida é pela música”, reforça.
Adriano Franklin ficou mais de um ano internado e sem tocar após acidente em Cesário Lange (SP)
Reprodução/Instagram
Hoje, o artista voltou a se apresentar com a Banda Arquivo, mesmo sem a formação original, fazendo shows de gêneros diversos e em diferentes eventos.
Adriano está apoiando o baixo no colo, uma vez que não consegue mais “abraçar” o instrumento como deveria, e utilizando o dedão para tocar as cordas e fazer os acordes com a mão esquerda (assista ao vídeo no início do texto).
“Tocar de novo é maravilhoso, mesmo não sendo o que já toquei um dia. Até porque não é só tocar, tem que saber o volume, saber abafar, descansar. Se Deus me permitir, quero voltar a tocar normalmente, será ainda mais maravilhoso”, finaliza.
Baixista de Sorocaba (SP) se recupera de queimaduras graves e volta a tocar de forma inusitada
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*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku
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