16 de janeiro de 2025

Na Itália, Cúpula do G7 tem Papa Francisco e líderes de países emergentes, como Brasil e Índia

No evento, Lula falou sobre as guerras no mundo e voltou a propor a taxação dos super ricos. Disse que a atual concentração excessiva de poder e de renda representa um risco à democracia. Pela primeira vez Cúpula do G-7 tem a participação do papa
O segundo dia de encontro da Cúpula do G7, na Itália, teve a presença do Papa Francisco e de líderes de países emergentes, como o Brasil e a Índia.
A manhã foi restrita aos representantes das sete maiores democracias ricas do mundo. A anfitriã, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, avaliou que o grupo não é uma fortaleza fechada e precisa aumentar o diálogo com outros países.
Imigração é uma questão crucial para a Itália, porque recebe grande parte do fluxo de refugiados africanos. Mas a discussão não envolveu o acolhimento dos imigrantes. O acordo foi para unir esforços contra os traficantes de seres humanos. Depois, Meloni recebeu cada um dos chefes de Estado e de governo de fora do G7 que ela convidou. Entre eles, o presidente Lula.
Pela primeira vez na história da cúpula, o líder da Igreja Católica estava presente, e Francisco discursou. Falou sobre a inteligência artificial e ressaltou que a ferramenta deve ajudar o ser humano a aumentar a sua sabedoria e melhorar a sua forma de viver. O Papa Francisco convocou os políticos a criarem leis que estabeleçam uma distinção clara entre o bom e o mau uso da inteligência artificial, e que ela possa ser acessível a todos. Mas ressaltou: a humanidade não tem esperança se depender de máquinas.
A inteligência artificial também foi um dos assuntos do discurso do presidente Lula no plenário do G7. Ele também defendeu que seja compartilhada por todos e usada para o desenvolvimento social e econômico, como ferramenta de paz e não de guerra. Voltou a propor a taxação dos super ricos. Disse que a atual concentração excessiva de poder e de renda representa um risco à democracia.
O presidente também falou sobre as guerras no mundo. Disse que o Brasil condenou de maneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas que considera que nenhuma das partes vai conseguir atingir seus objetivos por via militar.
Sobre Gaza, Lula falou que vemos o legítimo direito de defesa se transformar em vingança e que estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário.
Na Itália, Cúpula do G7 tem Papa Francisco e líderes de países emergentes, como Brasil e Índia
Jornal Nacional/ Reprodução
O presidente Lula também se reuniu com o Papa Francisco e com os presidentes da França, Turquia e o primeiro-ministro da Índia.
No fim do dia, foi apresentado o documento final do G7 que incluiu um dos pontos mais caros aos Estados Unidos: restrições às práticas comerciais da China, consideradas agressivas e injustas pelo grupo.
Um outro tema defendido pelo presidente Joe Biden ficou de fora: o direito ao aborto. O presidente francês, Emmanuel Macron, também não gostou. Disse que, na França, este direito está na Constituição. Mas a anfitriã, Giorgia Meloni, tirou o tema, segundo ela, em respeito ao Papa.
A pose para a foto histórica fechou mais um dia do G7 da Puglia.

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